Amigos tricolores.

Aqueles que me acompanham aqui no blog sabem que eu, me torno um tricolor fanático, um pouco depois da era dos Menudos comandos por Cilinho. Um dos grandes reveladores de jogadores brasileiros. Por mais que na época eu tivesse 6 ou 7 anos, eu já, influenciado pelo meu avô e pai, torcia pelo tricolor.

Timaço!

Em 1982, Telê montou, o que até hoje, é considerada a melhor seleção de todos os tempos, onde haviam 11 craques. “Do goleiro ao ponta esquerda” era só gênio. Daquele timaço, 3 titulares era do São Paulo, o saudoso goleiro Waldir Peres, o excelente zagueiro Oscar e o “maluco” centroavante Serginho Chulapa. Ainda, na reserva, o meia Renato Pé Murcho, um excelente jogador, mas que não seria titular em um time que tinha Sócrates e Zico. Oscar foi, anos depois, um dos Menudos, um time, que pode ser comparado a Seleção de 1982, pois nos Menudos, também, haviam 11 excelentes jogadores para cada uma das posições, alguns geniais, outros excelentes, a diferença para seleção é que lá tinha 11 genios um por posição.

Defesa sólida

Gilmar, Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereira e Nelsinho.

Como disse, tínhamos excelentes jogadores mesclados com gênios. Sem dúvida, a melhor dupla de defesas da história do São Paulo foi Oscar e Dario. Tivemos, na década de 50 uma defesa sólida, com Rui, Bauer e Noronha, mas, se pensar em dupla, Oscar e Dario são imbatíveis. Os mais jovens que acompanham o São Paulo a menos tempo e tem Lugano como ídolo, que viram Miranda e André Dias, por exemplo, jogando, pode até discordar, mesmo porque Lugano, Dias e Miranda foram excelentes, mas a dupla foi o que de melhor tivemos na defesa tricolor, se não do país.

Os laterais eram ótimos. Zé Teodoro, era o meu ídolo daquela época. Não sei porque, com o ataque que tínhamos, mas era um jogador muito bom. Nelsinho era no mesmo nível, eram excelentes jogadores, se comparar com o que temos hoje então, eram “gênios”, cumpriam bem as suas obrigações e ajudavam o time.

Meio de qualidade

O esquema do Cilinho era o famoso 4-3-3 muito usado na época. O meio de campo, do São Paulo, era ofensivo. Amante do futebol para frente, Cilinho, armava com Bernardo, um volante muito bom, mas com certas limitações. Falcão, o Rei de Roma, em fim de carreira estava no São Paulo nessa época, mas contusões não deixaram o genial volante jogar no Morumbi como todos esperavam. Seria mais um gênio em campo.

Na armação, era “sem graça”. Silas e Pita. Silas na meia direita, o tradicional camisa 8. Pita, o meia esquerda, camisa 10. Toques rápidos, dribles, lançamentos, dois jogadores muito acima da média, que poderiam tranquilamente ser os meias da Copa de 1990, Silas foi, Pita não. Eram meias que sabiam armar o jogo, segurar quando necessário, bater de fora da área. Jogadores muito acima da média.

Ataque, que saudades de um ataque assim

Assim como Oscar e Dario Pereira foi a melhor dupla de defesa da época e para mim da história do São Paulo e Brasil, tivemos algo semelhante no ataque com Muller e Careca. Sidnei, um habilidoso ponta esquerda completava o time. Careca não foi o maior artilheiro do São Paulo, pois ficou menos tempo que Serginho Chulapa, o maior, aliás, Careca veio do Guarani ainda jovem para substituir o grande Serginho. Muller é da base, o que hoje chamamos “Made in Cotia” e sempre chamou a atenção pela inteligência e rapidez. Começou como um veloz ponta direita, encerrou a carreira como um dos mais inteligentes atacantes, o garçom, que com 2 ou 3 toques colocava qualquer um na cara do gol.

Nos resta a nostalgia

Não é culpa só do São Paulo não termos mais um Careca, Muller ou Pita. Esse time foi montado com reforços como Gilmar do Internacional, Zé Teodoro do Goiás, Oscar que veio da Ponte, Bernardo do Marília, Careca, do Guarani e Pita do Santos. Houve uma mudança na carreira de Dario, chegou no São Paulo como meia esquerda, o camisa 10, em um treino, para “completar o time” foi para a defesa, nunca mais saiu. Tivemos base como Nelsinho, Silas, Muller e Sidney. Uma mescla interessante, que poderia ter sido feito com Luiz Araújo, David Neres e Pratto, mas enfim, águas passadas.

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe