Aos 36 anos, Nenê é a exceção na resistência ao rodízio promovido pelo técnico Diego Aguirre, do São Paulo. Desde que o uruguaio assumiu o comando da equipe, o meia é o único representante do elenco de 33 atletas que disputou todas as 13 partidas, sendo 11 como titular. Nesse período, o experiente jogador contribuiu com dois gols e duas assistências.

Em entrevista coletiva, concedida na última sexta-feira após o treino no CT da Barra Funda, Aguirre justificou a manutenção do veterano na equipe, mas avisou que futuramente poderá poupá-lo em caso de necessidade.

“Ele é um jogador importante, que tem qualidade e que se esforça muito nos treinos. Tem uma liderança dentro de campo que é importante. Não significa que vai jogar todos os jogos. Será normal tirá-lo de algum jogo. Tem de confirmar jogo a jogo, ninguém tem lugar garantido. Domingo terá uma nova oportunidade de mostrar um alto nível físico e técnico para justificar isso”, analisou.

A data é referente ao clássico contra o Santos, no Morumbi, válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. A tendência, inclusive, é que o técnico são-paulino promova novas mudanças na equipe. Algo que não realizou apenas nos duelos com o Corinthians, pelas semifinais do Campeonato Paulista.

“Estamos tentando manter a base do time. Podemos fazer uma, duas ou até três mudanças, mas gosto também de ter um time titular. Talvez não estejamos conseguindo porque os rendimentos não fazem com que eu tenha uma convicção. Ainda estou tentando encontrar um time-base. Se analisar os últimos jogos, há muitos jogadores que se repetem”, argumentou o comandante, que não vê titulares inquestionáveis em algumas posições.

“Ainda tenho dúvidas: se é Régis ou Militão, Hudson ou Petros. Ainda não encontro uma diferença entre os zagueiros. São jogadores de nível parelho. Não tenho uma decisão tomada. Tenho de manter uma motivação e nível de jogo”, elucidou.

O calendário é outro fator que deve obrigar Aguirre a seguir com sua filosofia de rodar o elenco. Antes da parada para a Copa do Mundo, a equipe tricolor disputará seis partidas pelo Brasileiro com um intervalo de no máximo quatro dias entre elas. “Depois do jogo contra o Santos, vamos ter seis jogos domingo e quarta. É difícil manter o mesmo time. Acredito em um time-base e esse time precisa jogar a maioria dos jogos”, concluiu.

Único invicto do Campeonato Brasileiro de 2018, o São Paulo ocupa o 12º lugar com sete pontos ganhos, apenas três a menos do que o líder Flamengo. O Santos, com um jogo a menos, aparece imediatamente atrás do rival tricolor, com seis pontos.

GE