Agora é oficial: Marquinhos Cipriano se tornará jogador do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, a partir de 15 de setembro. E quem garante é o próprio atacante, em entrevista exclusiva concedida ao Blog, por telefone. “Realmente, assinei um pré-contrato com o Shakhtar e me mudo para lá em setembro”, admitiu o garoto, de 19 anos de idade. Cipriano também explicou por que recusou a proposta de renovação do Tricolor, descreveu a sensação de ser rebaixado para Cotia e revelou que está impedido pela diretoria de participar até de amistosos no sub-23.

BLOG: Você já assinou pré-contrato com o Shakhtar?
MARQUINHOS CIPRIANO: Sim. Está tudo certo. Me mudo para lá assim que meu contrato com o São Paulo terminar, em 15 de setembro.

Que outras propostas você tinha, além da oferta ucraniana?
Apareceram muitas sondagens, de diversos clubes do mundo. Mas, de proposta oficial, tive a do Shakhtar e do Barcelona.

E por que você não foi para o Barcelona?
Por causa do projeto apresentado pelo Shakhtar. Foi algo que encantou a mim e a minha família. A decisão nem tem a ver com dinheiro, mas com o planejamento a médio e longo prazo. Chance de jogar a Liga dos Campeões, ir para um clube que trabalha bem com jovens brasileiros…

Nem pensou em renovar com o São Paulo?
Nem cheguei a conversar sobre salário e contrato. Primeiro, o São Paulo queria fazer minha cabeça para renovar, para depois falar sobre essas questões. Não me apresentaram nenhum projeto a médio e longo prazos.

É verdade que o grupo Figer, que o representava, chegou a acertar salários e tempo de contrato com o São Paulo sem que você soubesse?
Chegou isso até o meu ouvido. E fiquei muito chateado, tanto que resolvi, a partir daí, trabalhar só com meu pai em relação a qualquer coisa de negociação.

Foi por rejeitar a renovação que você acabou rebaixado para Cotia?
Não sei. Só sei que me comunicaram que eu teria de voltar a treinar em Cotia, com a base. E eu vim.

E está treinando no sub-20?
Não. Me colocaram para treinar no sub-23, que está se preparando para jogar o Campeonato Brasileiro de aspirantes. São dois times que treinam diariamente.

Você participa de todos os trabalhos?
Dos treinos, sim. Mas não posso jogar nenhum campeonato.

Por que não?
Porque o São Paulo me barrou. Só posso treinar. Nem amistoso tenho participado.

Mas quem decidiu por isso?
Não tenho a menor ideia, mas o técnico já me avisou que não pode me escalar.

É o momento mais difícil da sua carreira?
Não, porque eu sei que já estamos em maio e isso acaba em setembro. Eu queria sair do São Paulo de um jeito diferente, com o clube me vendendo. Apareceram coisas boas antes, mas o São Paulo recusou.

Onde está morando?
Enquanto eu estava no profissional, morava no CT da Barra Funda. Depois que voltei para Cotia, estou morando aqui no CT da base, mesmo.

E o São Paulo tem pagado seus salários em dia? 
Sim, como sempre foi. Quanto a isso, não posso falar nada. Mesmo aqui em Cotia, tenho toda a assistência do clube. E eu tento aproveitar para me manter bem fisicamente treinando em dois períodos. Faço o trabalho de campo com todo mundo de manhã e faço academia de tarde, porque sei que os outros meninos estão em ritmo de jogo e eu não.

Como explica o fato de você ter sido rebaixado para a base enquanto o Militão, que também não renovou, continuar no time de cima?
Muitos me perguntaram isso e eu não sei responder o por quê. Não tenho como saber. Só cumpro ordens e, como tenho contrato com o São Paulo, faço como o clube determinar.

Falando sobre seu futuro: o que você tem como meta na carreira?
Quero jogar, evoluir o máximo possível, chegar num nível muito top, buscar uma vaga na seleção brasileira principal… Nesse primeiro momento, em relação, quero estar pronto para jogar o Sul-Americano sub-20, que está marcado para janeiro do ano que vem.

Jorge Nicola