Após dois anos brigando contra o rebaixamento e contentando-se com participações modestas no Campeonato Brasileiro, o São Paulo inicia a edição deste ano em condição bem diferente. A estreia foi com vitória contra o Paraná, mesmo com time misto, mas magra por 1×0.

Considerando os 20 participantes do torneio, o clube paulistano foi o que mais gastou em reforços até agora.

Foram R$ 34,5 milhões investidos em nomes como o do meia-atacante Diego Souza, 32, do atacante Tréllez, 28, e do goleiro Jean, 22, os três mais caros do elenco. Somente o primeiro dos citados custou aos cofres mais de R$ 10 milhões.

Já Tréllez, que custou pouco mais de R$ 6 milhões pelos 70% dos direitos econômicos juntos ao Vitória, pode acabar custando mais R$ 2 milhões ao São Paulo. Porque há uma cláusula que prevê este pagamento caso ele não seja vendido até o fim do contrato.

É verdade que a diretoria são-paulino também se esforçou e conseguiu trazer alguns jogadores sem custo, casos do atacante Valdívia, 23, emprestado pelo Internacional até o final de 2018, do zagueiro Anderson Martins, 30, e do lateral direito Régis, 28.

O meia Nenê também veio sem custo de transferência, mas o São Paulo acabou assumindo parte da dívida que o Vasco tinha com o jogador. Do valor total de R$ 1,5 milhão, a equipe tricolor assumiu o pagamento de quase um terço.

E o valor final investido pelo São Paulo vai aumentar nos próximos dias. O clube do Morumbi já tem um acordo com o meia-atacante Everton, 29, e acertou o pagamento da multa rescisória ao Flamengo no valor de 4 milhões de euros, pouco menos (hoje, R$ 15 milhões).

Quando o assunto é valor investido em reforços, há somente um clube que se aproxima do São Paulo entre os 20 participantes do Campeonato Brasileiro. Trata-se do Cruzeiro, que gastou R$ 33,4 milhões.

Grêmio, Corinthians, Palmeiras e Flamengo gastaram menos de R$ 20 milhões. Os valores foram: R$ 17,3 milhões, R$ 16,6 milhões, R$ 13,8 milhões e R$ 12,2 milhões, respectivamente. Todos os números são do site Transfermarket.

O Santos investiu pouco mais de R$ 7,3 milhões, enquanto o Botafogo (R$ 3,8 milhões) e Internacional (R$ 3,5 milhões) tiveram gastos mais modestos. Completando os 12 grandes do país, Fluminense e Vasco contrataram, mas sem custo de transferência.

Dos clubes citados, quem mais mudou o perfil do ano passado para o atual foram Palmeiras, que tem as receitas do Allianz Parque e o patrocínio milionário da Crefisa/FAM, e Flamengo. Em 2017, eles foram os dois que mais gastaram em reforços.

FOCO NÃO É EXATAMENTE O TÍTULO…

Se alguém perguntar qual é o grande desejo do torcedor do São Paulo a resposta será a mesma: ser campeão brasileiro. Sem conquistar uma taça desde dezembro de 2012, quando faturou a Copa Sul-Americana, não poderia ser diferente. Mas o objetivo não é esse.

Apesar de ter feito o maior investimento da temporada até aqui, o São Paulo afirma que o foco é assegurar uma vaga na Copa Libertadores do próximo ano – ou seja, terminar entre os seis primeiros da competição.

“Primeira coisa, temos de voltar para a Libertadores. É uma obrigação. Temos um elenco forte para a temporada, que está se reforçando ainda”, disse Raí durante a participação no programa Bola da Vez dos canais ESPN, na útima terça-feira.

“Tivemos contusões, suspensões, desfalques [para a seleção] e a defesa continuou sólida porque temos um grupo. A gente manteve a mesma base e mostrou isso nos últimos jogos”, disse Raí, citando um exemplo da força que vê no elenco.

Nos últimos três anos, o São Paulo temeu o rebaixamento. Em 2015, conseguiu se salvar mais cedo e, apesar de altos e baixos, terminou em quarto, obtendo vaga na Copa Libertadores. Nos dois últimos anos decepcionou. Ficou em décimo e 13º, respectivamente.

A última boa campanha foi o vice-campeonato de 2014, quando ficou a dez pontos do Cruzeiro.

ESPN