O São Paulo surpreendeu ao despontar para contratar Everton, destaque do Flamengo na última temporada. Todo o processo da negociação foi rápido, durando menos de duas semanas, e teve a importante colaboração de uma receita que entrou nos cofres do clube recentemente: as luvas que o Tricolor recebeu do Grupo Globo pelos direitos de transmissão em TV aberta e pay-per-view. O acordo rendeu R$ 20 milhões na assinatura do contrato, enquanto a compra de Everton é estimada em R$ 15 milhões. O valor não será pago à vista – as parcelas ainda são discutidas com os flamenguistas -, mas a entrada será mais recheada graças ao dinheiro que entrou pelos direitos de transmissão. E a ideia é aproveitar esse montante para seguir no mercado em busca de, pelo menos, um novo reforço de mais prestígio. O ataque é a prioridade.

Contratar um jogador como Everton, desejado por outros clubes brasileiros, é visto pelo São Paulo como uma demonstração de força para os concorrentes. Os tricolores já tentaram isso ao buscar Lucas Pratto na temporada passada, embora o rendimento e a passagem curta do argentino pelo Morumbi não tenham sido tão efetivos. Ao mostrar que está disposto a investir para se reforçar, o clube crê que deixará os jogadores que já estão no elenco mais motivados e que outros atletas do mercado serão atraídos ao projeto são-paulino. A torcida também pode passar a confiar mais no trabalho da diretoria e do time.

O investimento da Globo pelos direitos de transmissão, no entanto, não será destinado somente a contratações. Uma fatia do dinheiro será direcionada ao pagamento da dívida bancária do clube. Com as contas cada vez mais em ordem, a expectativa é que os dirigentes possam adquirir mais e vender menos jogadores. Neste ano, as compras de atletas já chegaram na casa dos R$ 45 milhões (Jean, Diego Souza, Tréllez, Gonzalo Carneiro e Everton), contra R$ 46 milhões em vendas de Pratto e Buffarini.

UOL