As duas últimas vitórias do São Paulo tiveram algo em comum. O atacante Tréllez dá combate, rouba a bola de um adversário e assim nasce o gol da equipe. Diante do São Caetano o placar foi aberto assim. Já contra o Corinthians a ação dele resultou no gol de Nenê. Por trás das duas jogadas está a assinatura do técnico Diego Aguirre.

“Marcar no ataque é uma característica minha. Sempre gostei de pressionar os goleiros e zagueiros. Aqui no São Paulo, logicamente que o treinador tem me pedido para fazer mais isso. Ele é uruguaio. É o estilo dos uruguaios, que gostam de garra e entrega”, disse Tréllez para a reportagem pouco depois do apito final de São Paulo 1×0 Corinthians.

Durante o clássico, o colombiano foi esperto e pressionou o lateral direito Mantuan, do Corinthians, e conseguiu ficar com a bola após o rival tentar fazer um lançamento para a área tricolor. O atacante avançou até a área corintiana, finalizou de pé esquerdo e fez Cássio espalmar a bola. No rebote, Nenê apareceu livre e finalizou para fazer o gol.

“Acho que esse pedido é bom para o time todo. A gente está ganhando isso. Sabia que faltava isso ao São Paulo. É uma coisa que pode melhorar a cada partida”, completou Tréllez.

Quem também confirma essa mudança é o zagueiro Bruno Alves, que admitiu que para os defensores têm sido melhor. Mas lembrou que esse estilo já fazia parte das cobranças de Dorival Júnior, que acabou demitido em 9 de março.

“A gente buscava esse estilo no início do ano, mas estava oscilando demais nos jogos. Fazia um início bom, mas não conseguia manter a intensidade no segundo tempo. Isso passou. O time se ajustou. Agora a gente tem continuar batendo firme nessa tecla. Isto é, 11 atacam, 11 defendem. Dificulta o adversário que enfrenta a gente e ao mesmo tempo um ajuda o outro”, disse o defensor.

O triunfo por 1 a 0 dá ao São Paulo a vantagem de empatar o jogo da próxima quarta-feira para chegar à decisão do Campeonato Paulista. Se perder por diferença de um gol, a vaga será definida nos pênaltis. Revés por dois ou mais tentos dará a vaga ao Corinthians.

ESTILO URUGUAIO

Há 15 dias no clube do Morumbi, Aguirre admitiu que não pôde fazer muito taticamente para mudar o São Paulo. Teve cinco dias com condições ideais para treinar o grupo. A mudança que ele tem procurado fazer nesse início de trabalho é a de mentalidade.

“Não dei bronca neles. Não sou de cobrar assim. Tenho apenas dez dias de trabalho. Se tenho ideias, o time tem de entender. Uma delas é atitude, pressionar os adversários com a bola. Quero que eles voltem a ter na mente que o São Paulo precisa voltar a ganhar, voltar a vencer, para ter de volta um círculo vitorioso”, disse Aguirre na entrevista coletiva.

Trocando em miúdos, o treinador uruguaio tem exigido que os atacantes participem mais do jogo. Ou seja, ajudem na marcação, deem combatem, não facilitem a vida dos adversários. Quer esse espírito combativo.

“Ainda estou conhecendo os jogadores. Vamos medir o rendimentos de todos, que eles treinem melhor, que eles aproveitem as oportunidades que vão ter para jogar”, disse Aguirre. “O que valoriza a vitória foi o rival. Jogar com o Corinthians é difícil. Foi bom, mas não servirá de nada se não conseguirmos a classificação para a final”, completou o treinador.

ESPN