A estreia de Petros no São Paulo aconteceu justamente na última partida de Rogério Ceni como treinador, contra o Flamengo. Muitos torcedores lamentam que o ex-técnico tricolor não teve a oportunidade de contar com o jogador por mais vezes, pois a equipe estaria muito melhor. É, talvez não estivessem errados, tenho que admitir. As frases de impacto conquistaram de vez os são-paulinos. Em 2018, no entanto, o volante merece esquentar o banco.

Petros ganhou ainda mais moral com a torcida do São Paulo por sua emocionada preleção antes do jogo contra o Vasco, no Morumbi. Depois, teve aquela patética entrevista após vencer o Vitória, dizendo que era ‘pai de família’ e pedindo respeito dos adversários. Pois é, Petros, dizer isso virou sua marca registrada, mas você precisa saber que não é o único ‘pai de família’ no futebol brasileiro. Além disso, falar bonito não te faz jogar melhor, não intimida os rivais e não ganha jogo. É hora de aprender isso.

Em 2017, Petros foi bem como titular do São Paulo. Jogando ao lado de Jucilei e Hernanes, formava um trio importante na marcação e na saída de jogo do Tricolor, sendo uma das peças mais importantes na reabilitação da equipe no segundo turno do Brasileirão. Este ano, porém, ainda não acordou para a vida. Prefere ficar encarando jogadores ou tentando impor respeito na marra, mas na bola continua desaparecido, infelizmente.

Se você perguntar a um corintiano qual era a função de Petros no time, ninguém sabe responder. Uns vão dizer que era meia, outros dirão que era ponta, mas ele também fazia o segundo volante no time. É mais ou menos o que acontece aqui no São Paulo, onde ele é muito defensivo para atacar e muito ofensivo para marcar, inclusive sendo estabanado quando está marcando, cometendo faltas bestas e deixando buracos no sistema da equipe. Só no Bétis mesmo que ele teve uma posição bem definida.

Enquanto Petros se concentra em mais e mais frases de impacto ou mesmo em ser ‘pai de família’, outros jogadores pedem passagem dentro de campo. Hudson voltou do Cruzeiro e pode ser uma sombra para o jogador depois de ter feito uma boa temporada e mostrado qualidades que não tinha aqui no São Paulo em sua primeira passagem. Agora é a vez de Liziero, grande promessa da base tricolor.

Nas vitórias contra Red Bull e São Caetano, Liziero entrou e fez boas apresentações. Jogando contra o Azulão, o volante foi muito bem na marcação e também ajudou na saída de jogo, mesmo que tenha errado alguns passes bobos, mas totalmente compreensíveis. Se continuar ganhando espaços e mais minutos em campo, tem tudo para acabar como titular indiscutível do São Paulo, deixando os demais para trás.

Aguirre vai continuar fazendo revezamentos na escalação titular até achar o time ideal, com as melhores que melhor se encaixam no seu sistema de jogo. É agora que Petros precisa voltar a jogar bem, algo que ainda não fez em 2018, ou então os outros jogadores acabarão cada vez mais escolhidos pelo técnico. A presença de André Jardine como auxiliar também pode indicar uma maior presença da base no time profissional, então as vagas ficarão cada vez mais concorridas. Ou Petros volta a jogar, ou o banco lhe espera.

Por Pedro Cuenca

http://espnfc.espn.com.br/sao-paulo/terror-do-morumbi/18172-muitas-frases-de-efeito-e-pouco-futebol-petros-nao-merece-a-titularidade-no-sao-paulo