Raí foi chamado de burro, amador e de ingênuo logo após o anúncio das “contratações” de Zeca pelo Corinthians e Scarpa pelo Palmeiras.

Raí se manteve ética e corretamente ao lado dos clubes, donos dos direitos, sem atacar, avançar o sinal ou forçar a barra. O caminho sempre foram os clubes.

Raí negociou com o Fluminense à exaustão. Era o primeiro clube escolhido pelo jogador e pelo time carioca. Veio o Palmeiras e fez o de sempre, ofereceu um caminhão de dinheiro aos envolvidos e levou o negócio mas esquecendo do clube que detinha seus direitos. O impasse agora segue e o Palmeiras já pagou luvas, investiu no jogador, o inscreveu na Libertadores e Paulistão. Ficará sem ele por tempo indeterminado e pode ter consequências jurídicas e financeiras. Raí foi chamado de burro e o Alexandre Mattos exaltado pela mídia que insiste em ser hipócrita ao cobrar decência e conduta no futebol e ao mesmo tempo, aplaudir condutas como estas. Raí foi esculachado.

No negócio de Zeca, Andres Sanchez foi elevado ao posto de “maior negociador do futebol” brasileiro. Este mesmo Sanchez que anunciou Alex Teixeira e perdeu o negócio. Este mesmo que anunciou Drogba que não veio. Este mesmo que anunciou Zeca que não veio. A ganância, a ambição e a empáfia  foram tão grandes, que quiseram atropelar todos os clubes que tentaram Zeca eticamente como o São Paulo fez com Raí, como fez também o Flamengo. E acharam que jogando tudo no colo do jogador resolveria, como se o artifício fosse ser aceito pela Justiça. Nem o jogador quis e o negócio melou antes de ser assinado.

Eu, como sãopaulino sempre tive Raí como exemplo não só pelo jogador como pelo caráter e postura. Hoje, acertando ou errando em contratações, sei que o clube é representado na figura dele, de forma que me orgulha. É o oásis no deserto de destruição criado por Leco, Aidar e JJ.

Raí deu aula de decência e conduta. Ensinou até  mesmo aos sãopaulinos que o tratam como um qualquer, que existe algo maior que vencer a qualquer custo e que nem tudo se resolve na malandragem. É mais um exemplo após o caso de Fair Play de Rodrigo Caio que exemplifica que honestidade e retidão nunca serão demais.

Enquanto times se alicerçam em arbitragens, tramoias com federações e esquemas escusos por conquistas que não são legítimas, o São Paulo parece que volta a respirar um puro em meio à tantos escombros e podridão no clube e no futebol atual.

Obrigado e parabéns, Raí. É esse São Paulo que eu quero. Um São Paulo que vença de modo lícito, no campo e com merecimento.

Alexandre Zanquetta