Candidato único nas próximas eleições da CBF, Rogério Caboclo não precisará se licenciar do Conselho do São Paulo para se tornar presidente da entidade. Nem regras do estatuto da CBF, nem do São Paulo impedem o acúmulo das duas funções. Assim, se repetirá a situação do atual presidente afastado Marco Polo Del Nero que é conselheiro palmeirense.

Caboclo é atualmente diretor-executivo da confederação e se manteve como conselheiro vitalício do São Paulo. Não há informação ainda se manterá a posição no clube caso confirme sua eleição, mas isso é possível.

A CBF informou que não há vedação em seu estatuto para que o presidente se mantenha como conselheiro. No São Paulo, a informação é de que nem o estatuto, nem o regimento interno impedem o acúmulo de cargos.

Atualmente, Caboclo não chega a ser um conselheiro assíduo. Mas vai em reuniões importantes do órgão como eleições, votações de orçamento e contas. Seu pai Carlos Caboclo tem uma história longa no clube, tendo ocupado vários cargos.

Na Fifa, o código de ética trata de potenciais conflitos de interesse se um dirigente tem interesses pessoais e individuais que afetem seu exercício do cargo. Mas não há nenhum veto a uma pessoa com função em clube ter um cargo em federação nacional.

Tanto que o Conselho Executivo da AFA (Associação de Futebol da Argentina) é composto por presidentes de clubes, incluindo o presidente e vice-presidente. Na vice-presidência, está Daniel Angelici, comandante do Boca Juniores, que tinha sido vetado por um comitê de checagem da Conmebol por ter ficha suja. Mas, no final, tomou posse sem ser importunado.

No Brasil, é comum que dirigentes da CBF tenham alguma associação com clubes. O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, é conselheiro nato do Fluminense. Já ocuparam o cargo de diretor de futebol da seleção, Eurico Miranda e Andrés Sanchez, conselheiros de Vasco e Corinthians, respectivamente.

Rodrigo Mattos – UOL