Alvo do São Paulo, o técnico uruguaio Diego Aguirre tem história com a camisa tricolor. Autor do gol do último título do Peñarol na Copa Libertadores da América de 1987, o então atacante chegou ao Morumbi três anos depois de virar herói para trabalhar justamente com o zagueiro Ricardo Rocha (coordenador de futebol) e o meia Raí (diretor de futebol) na equipe comandada, à época, pelo uruguaio Pablo Forlán. Portanto, a indicação da contratação do ex-treinador do Internacional e do Atlético-MG para suceder Dorival Júnior, demitido nesta sexta-feira, tem lógica. Juan Figer é agente tanto de Aguirre quanto de Lugano. O superintendente de relações institucionais é quem recomenda o compatriota ao clube.

Na passagem pelo São Paulo como jogador, Diego Aguirre disputou 17 partidas e marcou 17 gols. Naquela época, o tricolor vivia um momento turbulento, com três treinadores diferentes em nove meses: Carlos Alberto Silva, o interino Pupo Gimenez e Pablo Forlán.  Até que Telê Santana desembarcou no Morumbi, começou a colocar a casa em ordem e deu início à era mais vitoriosa da história do clube, com as conquistas de um Campeonato Brasileiro, duas Libertadores, Supercopa dos Campeões, Recopa, dois Mundiais de Clubes…

Diego Aguirre trabalhou pouco com Telê Santana. Deu adeus ao São Paulo em outubro de 1990, em um empate por 0 x 0 com o Vasco. O time tinha: Zetti; Zé Teodoro, Ronaldão, Ricardo Rocha e Leonardo; Bernardo, Flávio e Raí; Alcindo, Diego Aguirre e Mário Tilico (Elivélton). Diego Aguirre deixou o São Paulo e acertou com a Portuguesa, último clube dele como jogador no futebol brasileiro.

Como técnico, Diego Aguirre, de 52 anos, é bastante questionado por onde passa. Levou o Peñarol ao vice-campeonato da Libertadores em 2011 diante do Santos, de Muricy Ramalho e Neymar.  Alcançou as semifinais pelo Internacional em 2015. Na temporada de 2016, chegou às quartas do torneio continental à frente do Atlético-MG e repetiu o desempenho no San Lorenzo na temporada passada. Gosta de usar os sistemas táticos 4-2-3-1 e o 4-1-4-1 e adora um rodízio — algo que não pegou bem na passagem do colombiano Juan Carlos Osorio pelo Morumbi.

O currículo de Diego Aguirre é escasso de títulos. Foi campeão uruguaio em 2003 e em 2009/2010, foi campeão gaúcho no Internacional e ganhou troféus no Al-Rayann na passagem pelo Catar. Diego Aguirre também comandou a seleção sub-20 do Uruguai.

Ao que parece, o diretor de futebol Raí; o coordenador Ricardo Rocha; e o superintendente de relações institucionais Lugano procuram um treinador que tenha história no São Paulo. Diego Aguirre é um deles. O ídolo Leonardo e Jorginho são as outras duas possibilidades.

Correio Braziliense