Internamente, jogadores e comissão técnica do São Paulo estão certos de que a equipe vai crescer e dar trabalho aos adversários nesta temporada. Aos poucos, aliás, o discurso otimista tem saído do CT da Barra Funda e ganhado as manchetes. Em especial após os jogos. O que antes era assunto da resenha entre os são-paulinos virou tema de entrevistas coletivas.

Na semana passada, por exemplo, depois da vitória por 2 a 0 sobre o CRB, pela Copa do Brasil, o técnico Dorival Júnior avisou:

– Estou há muito tempo no futebol e sei quando uma equipe só conquista resultados, o São Paulo tem muita coisa boa. Não se surpreendam se o São Paulo surpreender daqui a pouco pelo que vai apresentar.

E no último domingo, após a difícil vitória de virada sobre o Linense, pior time do Paulistão, foi a vez de Diego Souza mandar um recado para quem critica o São Paulo.

– Muito se fala fora. Quando o resultado não vem, acontece muita picuinha. Estamos em formação. Queria eu que a gente estivesse jogando por música… Vamos ganhar força. Torçam para que não dê certo. Se der certo, vão despertar um gigante – falou o meia-atacante.

Tanto Dorival quanto os jogadores se apegam ao trabalho que está sendo realizado diariamente para acreditarem em seus discursos. Até porque o São Paulo ainda não embalou na temporada.

Apesar de ter vencido os três jogos que fez na Copa do Brasil, por exemplo, as apresentações não foram tão convincentes (um jogo que beira a exceção é o da vitória contra o CRB, no Morumbi). E no Paulistão, após dez rodadas, o retrospecto é de quatro vitórias (nenhuma com grande atuação), dois empates (ambos por 0 a 0) e quatro derrotas (duas delas em clássicos).

– A gente vem de anos lutando contra o rebaixamento, a gente não merece isso. Eu me sinto na obrigação de cobrar, de mostrar que os últimos anos foram vergonhosos para a instituição e para nós, jogadores. A gente precisa mudar esse cenário, e um título coloca todo mundo em evidência – declarou Rodrigo Caio, em entrevista recente, realizada no Memorial do São Paulo.

A confiança de Dorival, Diego Souza e Rodrigo Caio está baseada no que eles têm vivenciado nos treinamentos, não no que o time tem apresentado dentro de campo. A missão agora, portanto, é jogar o discurso para dentro das quatro linhas. Veja alguns motivos que os fazem acreditar:

O elenco confia no trabalho de Dorival;

Os medalhões que foram para o banco (ainda) não reclamaram;

O time tem começado a fazer valer em campo (com atraso) o que se vê nos treinos;

A defesa é o ponto alto da temporada.

E agora o que precisa mudar no Tricolor para o discurso otimista virar realidade:

Vencer um clássico;

Não abandonar o novo esquema de jogo, com atacantes de velocidade;

E ser mais decisivo nas oportunidades que surgem.

GE