Os são-paulinos que foram à reunião do Conselho Deliberativo com a expectativa de votar a aprovação do contrato com a Adidas voltaram para casa desapontados, na noite desta terça-feira. É que nem o presidente Leco nem ninguém de sua diretoria fez qualquer menção ao acordo fechado horas antes com a empresa alemã para fornecer o material esportivo no lugar da Under Armour.

Porém, o Blog apurou que a estreia da Adidas deve ocorrer em julho. Dias antes, termina a obrigação da Under em oferecer os uniformes – os americanos já assinaram a rescisão do contrato e pagaram a multa pela saída antecipada.

De acordo com uma pessoa próxima a Leco, o contrato da Adidas com o São Paulo terá duração de cinco anos. Os valores do acordo não foram revelados, mas especula-se que a quantia em dinheiro é inferior aos R$ 15 milhões anuais pagos pela Under – que ainda bancava outros R$ 12 milhões em material.

O Tricolor espera recuperar parte do dinheiro com uma cláusula de performance, que prevê 26% de royalties por cada produto. Caso as vendas ultrapassem um valor anual estabelecido, o repasse chegará a 30% por unidade.

Na semana passada, o São Paulo esteve muito perto de fechar com a Topper. O martelo seria batido quando um conselheiro do clube, Erovan Tadeu, alertou a diretoria tricolor que a Adidas faria uma oferta oficial depois de descobrir que não ficaria no Palmeiras. A partir daí, uma série de encontros entre São Paulo e Adidas aconteceram, na sexta, no sábado, na segunda e na terça, quando tudo foi sacramentado.

Mais reunião: Leco deve reunir os membros do Conselho de Administração na próxima segunda-feira para abrir detalhes sobre o contrato com a Adidas. Depois de obter o crivo do órgão, o presidente marcará uma reunião extraordinária com o Conselho Deliberativo para tratar exclusivamente do acerto com a fornecedora alemã.

O encontro de ontem serviu para a aprovação de discussões sobre mudanças no novo estatuto. Isso só ocorreria em 2023, mas três grupos ligados à situação (Vanguarda, Legião e Participação) encabeçaram o pedido de alteração. A coisa que mais incomoda é a presença de conselheiros que viraram diretores remunerados no Morumbi. A ideia é que, ao aceitarem o emprego no São Paulo, eles sejam obrigados a deixar o conselho.

A oposição também saiu vitoriosa ao emplacar três dos cinco novos membros da Comissão Disciplinar dos sócios. A situação ficou com dois.

NICOLA