A reunião do Conselho Deliberativo do São Paulo ocorrida na noite da última terça-feira, no Morumbi, acabou por expor algumas insatisfações com a gestão do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, inclusive de aliados do cartola.

O principal indicativo disso foi a assinatura de um requerimento pedindo a discussão e a revisão de alguns pontos que não estariam de acordo com o novo estatuto, em vigor desde o ano passado.

O requerimento foi assinado por três grupos da base de sustentação de Leco: “Legião”, “Vanguarda” e “Participação”, dos quais fazem parte muitos aliados do presidente.

Além disso, os três grupos juntos representaram cerca de 70 votos ao cartola na última eleição.

A principal crítica é que o presidente não tem nomeado para cargos remunerados profissionais com expertise de mercado para todos os setores do clube.

Os holofotes foram voltados especialmente para os departamentos administrativo, financeiro e jurídico. Hoje, os três têm no comando conselheiros/aliados do presidente.

Para reforçar o descontetamento, os grupos apontaram que Leco deveria repetir o que fez no futebol e no marketing, departamentos com profissionais da área.

O primeiro tem Raí e Ricardo Rocha no comando. O segundo tem Luiz Fiorese, profissional que veio diretamente do mercado.

OPOSIÇÃO COMEMORA

Após a reunião, membros da oposição ao presidente deixaram o Morumbi com o sentimento de vitória.

Os opositores conseguiram eleger três membros para compor o quinteto titular da comissão disciplinar do São Paulo. Foram os conselheiros David Fuchs, Maurício de Sá e Luiz Braga, este visto como “neutro”.

Os outros dois membros são Rodrigo Martins (presidente do órgão) e Adolfo Machado Neto. Eles já estavam no cargo e tem maior afinidade com Leco, segundo a oposição .

O Comitê Disciplinar é relativamente novo no São Paulo. Foi formado após a reforma do estatuto no ano passado. Mesmo assim tem sofrido críticas internas.

Uma delas diz respeito ao processo que avaliava se Leco teve culpa pelo São Paulo ter de pagar R$ 4,6 milhões de uma dívida contraída em 2002, quando o presidente era diretor de futebol e autorizou o pagamento de uma comissão de R$ 732 mil aos representantes do lateral Jorginho Paulista.

O valor não foi quitado na época, resultou numa ação na Justiça e na condenação do clube do Morumbi, em 2015 (que resultou no valor milionário devido correções monetárias).

O caso estava inicialmente com o comitê de ética e passou a comissão disciplinar ano passado. No início deste ano, o órgão alegou que o caso prescreveu e o encerrou.

ESPN