O São Paulo não conseguiu chegar a um acordo para renovar o contrato do atacante Marquinhos Cipriano,19, uma das joias da base tricolor e com passagem pela seleção sub-20. Ele tem vínculo até 14 de setembro deste ano. O fracasso nas negociações gerou muito mais do que uma frustração. Acabou por provocar mudanças.

 PRIORIDADEConforme noticiou a ESPN há uma semana, o departamento de futebol do São Paulo colocou como prioridade renovar os contratos de jovens da base que estão próximos do fim para evitar perdas.

Segundo a Federação Paulista de Futebol, 24 jogadores registrados pelo clube do Morumbi têm contrato para encerrar neste ou no próximo ano. Muitos não tem nem sequer 20 anos e saíram de Cotia.

Boa parte desses garotos disputaram a Copa Libertadores sub-20, que ocorreu no Uruguai. Mas até mesmo Éder Militão, zagueiro de origem e que vem jogando como titular na lateral direita, faz parte dela.

Militão tem vínculo até 11 de janeiro de 2019 e encabeça a lista de contratos a serem renovados pela direção. O atacante Caíque, que também fez alguns jogos pelo time profissional, tem contrato até 31 de dezembro.

Internamente a situação é vista como um descuido da última diretoria do futebol. Além do risco de perder jogadores que têm convocações para seleção de base, o contrato curto coloca o São Paulo à merce dos empresários.

A partir de agora o clube tricolor não permitirá que atletas com vínculo próximo do final ou com até um ano de contrato sejam promovidos ao time profissional antes de uma revisão contratual.

Quem sair da base para integrar a equipe de Dorival Júnior terá de ter um contrato com tempo maior de duração (muitos entendem que o ideal são três ou quatros anos) e multa rescisória para o mercado internacional.

A ideia é evitar que, com a exposição proporcionada ao jovem pela equipe profissional, crie-se dificuldades nas tratativas de renovação com o jovem. Entenda-se: pressão e exigências dos representantes do atleta ao negociar o novo vínculo.

Ricardo Rocha, coordenador de futebol profissional do São Paulo, será um dos responsáveis para evitar que isso ocorra. Ele terá de monitorar o status de eventuais jogadores que interessem à comissão técnica, identificando contratos que necessitam de reformulação antes que o garoto passe a treinar no CT da Barra Funda.

A avaliação dentro do Morumbi é que se isso tivesse ocorrido com Cipriano o clube não correria o risco de perder o atacante. Com contrato até setembro, o São Paulo teve dificuldades na negociação e não chegou-se a um acordo financeiro com o Grupo Figer e o pai do atleta, seus representantes.

A renovação com ele era tratada como prioridade dentro do departamento de futebol, que tinha ciência que a partir de 14 de março Cipriano já poderá assinar um pré-contrato com qualquer equipe e sair sem dar retorno financeiro em setembro.

Internamente, diretores do São Paulo avaliaram que as tratativas com Cipriano tornaram-se difíceis pela exposição que o atleta ganhou ao subir para o profissional – isso ocorreu após a disputa da Copa São Paulo de futebol júnior – e especialmente pelo tempo curto de contrato. O Atlético de Madri foi um dos clubes que sondou o jogador.

Nesta semana, após várias tentativas de se chegar a um acordo, Cipriano recusou renovar contrato com o São Paulo e voltou a treinar no CT de Cotia, segundo informação publicada inicialmente pelo Uol e confirmada pela reportagem.

Além de Cipriano, nove jovens foram promovidos de forma definitiva de Cotia para o profissional neste ano: Lucas Paes, Paulinho, Caíque, Pedro Augusto, Lucas Perri, Rony, Gabriel, Bissoli e Paulinho.

ESPN