Mais uma vez, perdemos um clássico, depois de vencer 4 partidas contra adversários fracos. Vencemos o Madureira jogando mal grande parte do jogo e sendo vaiado ao fim do jogo. Fizemos um 1º tempo pífio contra o Botafogo-SP a ponto de levar duas bolas na trave. Apresentou alguns minutos de futebol e saiu vitorioso, contando com um milagre de Sidão. Contra o Bragantino, fizemos uma boa etapa inicial e um péssimo 2º tempo, com Dorival alterando mal deixando o time com 3 volantes, Brenner de ponta Trellez isolado, sem ter como receber uma bola em condição de arremate. Depois de 8 dias, o SP foi dominado pelo modesto CSA, tornando Sidão o melhor jogador do time no 1 º tempo. Numa jogada lúcida, no começo do 2º, o SP abriu o placar e teve como controlar o jogo e se classificar.

Os defensores de Dorival se valeram das 4 vitórias seguidas e sem tomar gols pra afirmarem que o time estava e evolução, que o que importava era o resultado, que quem quisesse espetáculo, fosse ao Teatro Municipal, que nenhum time brasileiro estava jogando bem. Os torcedores com senso crítico, no qual me incluo, não exigiam espetáculo, mas sim que fossemos superiores aos adversários que vencemos.

Apontávamos que embora o time não tivesse sido vazado, havia espaços no meio de campo, os zagueiros estavam expostos e o fato de Sidão ter sido um dos 3 melhores jogadores do  time na sequência de vitórias, evidenciava que as nossas vitórias foram construídas em bases frágeis. Além disso, o time apresentou uma alta posse de bola,mas pouca efetividade, tocando passes sem objetividade, sem tabelas, triangulações, chutes de fora da área, Diego Souza perdido como centroavante. Soma-se a isso, o conservadorismo de Dorival, mantendo o time estático, sem troca de posição entre os homens de frente, preso ao engessado 4-1-4-1.

No clássico contra o Santos, fizemos os melhores 45 minutos até aqui. Mas mais uma vez o domínio territorial não foi refletido em chances de gol. Bastou levar o gol e o time se perdeu. Dorival mexeu mal de novo e o time sofreu mais uma derrota em clássico. Dorival não é o maior culpado pela fase do SP, afinal estamos mal há quase 10 anos, mas tem falhado muito. Ele não pode se dar ao luxo de montar o time de acordo com as suas convicções de jogo, quem pode fazer isso é o Guardiola, pois tem tempo e dinheiro pra impor o seu conceito de jogo.

     Ele tem que respeitar as características dos jogadores disponíveis, parar de insistir com Diego de centroavante, Brenner de ponta, Petros quase como meia, em suma, se adequar as circunstâncias. O time não marca sob pressão, não é compacta, não tem variações de esquema. Muito desses defeitos apareceram no Brasileiro e foram atenuados pelo talento de Hernanes.  Sou contra a demissão de treinador com menos de 1 ano de trabalho ,mas Dorival no meu conceito não faz por merecer a continuidade como treinador do SP. Mesmo sem ter um grande elenco é possível fazer mais do que vem sendo feito.

Não é obrigado a dar espetáculo, mas tem que ser superior aos times pequenos e jogar de igual pra igual contra os grandes.

Caia na real, Dorival

Rafael de Albuquerque

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