O São Paulo venceu a quarta partida seguida na temporada – algo que não era visto no clube do Morumbi há mais de mil dias – e o contestado time comandado pelo técnico Dorival Júnior vai ganhando corpo. Os ataques pelas laterais devem se tornar a marca registrada da equipe ao longo do ano, e o novo desafio da comissão técnica é conseguir encaixar e dar entrosamento aos habilidosos Cueva e Nenê.

Em teoria, embora um seja destro e o outro canhoto, ambos desempenham a função de um articulador, de um camisa 10. Por enquanto, Dorival tem optado em escalar o peruano aberto pelo lado esquerdo, enquanto Nenê fica responsável pela armação das jogadas no meio de campo. O São Paulo, no entanto, rende melhor quando os papéis são invertidos.

Com Nenê no meio, o Tricolor tem encontrado resistência para conseguir criar por aquele setor do campo. Como o treinador tem deixado bem claro em todos os treinamentos no CT da Barra Funda, o foco de ataque da equipe será pelas laterais. O problema, porém, é que quando os pontas estão bem marcados, o time enfrenta extrema dificuldade para chegar ao gol adversário e troca passes sem grande objetividade.

Foi exatamente isto o que aconteceu no clássico contra o Corinthians, em quase toda a partida diante do Bragantino, no Morumbi, na semana passada, e também no primeiro tempo do jogo contra o CSA-AL. Exceção ao Majestoso, o São Paulo venceu e não tomou gols. Por outro lado, no entanto, o time ficou longe de mostrar um bom futebol e convencer aos seus torcedores.

A solução para o problema, então, tem sido colocar o peruano no meio e Nenê aberto pela esquerda. Na partida em Maceió, a comissão técnica alterou o posicionamento da dupla no segundo tempo e 15 minutos foram suficientes para o Tricolor ganhar o jogo e a vaga para a terceira fase da Copa do Brasil. O primeiro gol, inclusive, foi uma bela jogada do São Paulo que começou com Cueva e terminou com o camisa 7 mandando para o fundo da rede.

O mesmo aconteceu diante do Bragantino (quando os dois protagonistas do setor criativo do São Paulo foram escalados juntos pela primeira vez). Na ocasião, Cueva pegou a bola no meio e a lançou em profundidade para Nenê avançar pela esquerda. Experiente, o meia-atacante foi esperto e deixou o zagueiro adversário o derrubar dentro da área para conseguir o pênalti.

A definição sobre os setores do campo onde cada um irá atuar ainda está sendo estudada. Fato é que a dupla tem trocado de posição durante os jogos e promete, assim que entrosada, dar alegrias aos torcedores.

– Ainda vamos melhorar bastante. Nós já estamos trabalhando pela nossa maneira de jogar. Não temos uma posição fixa, acabamos mudando muito durante o jogo, cravou Nenê após a partida em Maceió.

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