Milton Cruz deixou São Paulo o São Paulo no início de 2016, após 23 anos como funcionário do clube — mais outros sete como jogador do time. Hoje, ele é treinador do Figueirense, um dos dois times invictos neste início de temporada no País, juntamente com o Palmeiras.

Mas a sua saída da equipe tricolor paulista, determinada pelo presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, expôs o desentendimento entre o ex-auxiliar e o mandatário são-paulino.

“Nunca quis deixar o São Paulo, porque estava há muito tempo, tinha estrutura, eles (dirigentes) não faziam nada sem me consultar. Nunca quis sair abandonar o clube. Aí, o Leco não quis que ficasse, é um direito dele. A gente tem que acatar”, revelou Milton Cruz.

Responsável pela descoberta de vários talentos da base — como o meia Kaká, que recentemente anunciou a aposentadoria dos gramados —, o técnico acredita que a forma como o presidente está gerindo o clube e é a causa dos fracassos em campo do São Paulo nas últimas temporadas.

“O São Paulo sempre foi um exemplo de clube. O time que todos queriam copiar. Agora não é um momento muito bom. Acho que as pessoas passam e o clube fica. Trabalhei com outros presidentes, treinadores, conselheiros, me dou bem com todos eles. O único problema que tive foi esse com o Leco. Ele tem um pouco de ciúme, inveja pela minha proximidade com os dirigentes”, declarou o técnico.

A forma como foi demitido do São Paulo deixou uma marca negativa em Milton Cruz. “O são Paulo sempre foi soberano, valorizou os profissionais. Foram 30 anos de história. Fui campeão brasileiro, da Libertadores, campeão do mundo. Revelei jogadores, dei um grande retorno para o clube. O Leco não vai apagar isso”, desabafou.

R7 procurou o São Paulo, mas o clube, por meio de sua assessoria de imprensa, disse que não tem interesse em falar sobre as críticas feitas por Milton Cruz ao presidente Leco.

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