Mais do que nunca, Nenê foi o protagonista da partida entre Vasco e Cabofriense, na quarta-feira, vencida pela equipe da Região dos Lagos por 2 a 1. Acostumado a ser a estrela do time, o meia canalizou ainda mais as atenções diante da notícia do interesse do São Paulo em sua contratação. Existe a chance de o jogo ter sido sua despedida com a camisa cruz-maltina.

Nenê tem as bases salariais acertadas com o Tricolor, que o considera perto do Morumbi. O contrato poderá ser de um ano ou ano um meio, prorrogável por mais uma temporada.

A divída de cerca de R$ 1,5 milhão que a equipe cruz-maltina tem com o meia entrará na negociação. Na visão do Tricolor, Vasco, Nenê e o próprio São Paulo precisarão acertar uma composição entre os três lados.

O clube do Morumbi poderia pagar uma parte em forma de luvas, o Vasco outra parte e o jogador abriria mão de um percentual.

O empresário de Nenê, Gilvan Costa, confirmou a negociação. Segundo o agente, será preciso conversar com a nova diretoria para entender a realidade do clube, o que deve acontecer nesta quinta-feira.

– Preciso falar com o presidente, preciso de uma posição a respeito do Nenê. Ele vem jogando pelo respeito que ele tem com o Vasco. Está há cinco meses sem receber, preciso saber qual é a realidade do clube – disse Gilvan.

Na saída de campo, Nenê conversou com a imprensa. Ele evitou comentar sobre o interesse do São Paulo, mas se esquivou ao ser questionado se o Vasco poderia contar com ele para o próximo jogo.

– O meu foco é aqui. Tenho que fazer meu papel dentro de campo e isso aí não é algo novo. Isso sempre acontece. Tenho de responder dentro de campo. Tenho contrato e trabalho normal – disse o meia.

O técnico Zé Ricardo admitiu a possibilidade de saída de Nenê, mas ressaltou que ainda considera o jogador importante para a equipe.

– Acho o Nenê uma referência para nós. Nosso camisa 10. Mostrou que tem condição de ajudar muita gente, mas tem muitos problemas para serem resolvidos. Esperamos que a decisão que ele tomar seja a melhor para todos nós.

Gol e provocações contra a Cabofriense

A atuação de Nenê não foi das melhores. Apesar do gol de pênalti no segundo tempo – falta que ele mesmo sofreu -, o meia errou muitos passes e não conseguiu dar sequência a muitas jogadas. Nos melhores momentos, deu provas de sua qualidade técnica, com belos domínios e chutes perigosos.

Mais experiente do elenco, coube ao jogador tentar orientar os companheiros. Num lançamento longo de Alan, pediu calma ao lateral. Num erro de passe de Bruno Paulista, discutiu rapidamente com o volante. Na etapa final, pediu mais a bola, principalmente em lance que Paulo Vitor chutou prensado dentro da área.

Nenê também sofreu com as provocações. A maioria delas veio da torcida adversária. No segundo tempo, o grito mais insistente dizia que Leandro Eusébio, o experiente zagueiro da Cabofriense, tinha mais títulos que o vascaíno. A resposta veio com um bater de palmas e um sinal de positivo irônicos.

No fim do jogo, após conversar com a imprensa, Nenê tirou fotos com torcedores e foi hostilizado por outros – que foram rebatidos pelo meia.

GE