Caro torcedor Tricolor, sabe quando você quer acertar e peca por demasiado? As coisas não vão saindo como gostaria, e você se desespera, acaba perdendo o controle das situações? Foi exatamente assim que aconteceram as coisas com o São Paulo diante do Novorizontino, no Morumbi. O Tricolor perdeu a paciência, se desesperou atrás de um gol, o que quase acarretou em uma derrota, sobretudo na segunda etapa do duelo.

No primeiro tempo até que, se ao menos não saiam do rumo que o torcedor gostaria, estava fluindo. O São Paulo conseguia trocar passes, virar o jogo de um lado para o outro em busca de espaço para a finalização, mas esta última mal aconteceu, e eu já falo sobre ela. O que me agradou, mas poderia ter acontecido mais, foram chutes de fora da área (num deles, Petros quase abriu o placar); não era uma má primeira etapa, havia um bom volume de jogo para uma equipe que treina a menos de 20 dias, sem também sofrer muito com as investidas do adversário, não era de todo mal.

Logo no início da segunda etapa já haviam sinais do que (e no que) o São Paulo pecaria: na pressa. Rodrigo Caio foi obrigado a fazer uma falta perigosíssima frente a área, após a bola queimar em seus pés; passada a cobrança sem surtir nenhum perigo, começaram os sinais que levaram o São Paulo a ficar com uma imagem ruim, logo no segundo jogo da temporada. A bola queimou nos pés de jogadores importantes para a funcionalidade do time, Shaylon errou, Lucas Fernandes foi omisso e Marcos Guilherme praticamente inócuo ante os adversários, o que deixou Brenner praticamente nulo. Nem Petros, que jogou mais avançado do que o normal, sumiu da partida.

A pressa de fazer um tento fez o time errar vários passes; passes curtos, passes longos, arremessos laterais, uma sucessão excessiva de erros, dando ao Novorizontino oportunidade de chegar com perigo diversas vezes, numa delas com Rodrigo Caio salvando praticamente em cima da linha. Foi a gota! A partir daí o São Paulo se tornou um time desesperado, dentro e fora das quatro linhas.

Na intenção de fazer o time melhorar, Dorival praticamente rasgou o planejamento e pôs em campo Diego Souza e Cueva, visivelmente longes de suas melhores condições, principalmente o peruano, que errou em quase tudo que tentou fazer. A falta de criação ficou evidente. O São Paulo não chegou mais ao fundo, e quando chegou, a perna pesou para Edimar e Militão, e cada bola perdida no setor ofensivo, era um “deus nos acuda” na defesa, já que estava exposta. No final, no “bumba meu boi”, o São Paulo ainda teve um pênalti não assinalado por Luiz Flávio de Oliveira, mas isso não pode mascarar o que foi o jogo do São Paulo.

Sem paciência, e com a imagem de 2017 totalmente fresca na memória, a torcida, que protestou antes do jogo, vaiou a equipe após os 90 minutos de peleja, e esse é o tom que ecoará no Morumbi até que o time se ajeite com novos reforços ou consiga uma exibição exemplar com o material humano que tem. Como 2018 tem pressa, nas próximas duas semanas, o São Paulo tem uma sequência de jogos que já ganha enorme pressão, enfrentando Mirassol, Corinthians e Madureira (este último pela Copa do Brasil) fora de casa. Será tão desesperador ver o time em campo nessas partidas como foi diante do Novorizontino?

Wesley Alencar – Torcedores.com