Em algumas horas será dado o pontapé inicial em mais uma temporada e com ela nossas esperanças  de um ano melhor que os anteriores. A expectativa recai sobre um dos nossos maiores ídolos, o craque Raí.

              Leco,  ao ganhar a eleição, descumpriu alguns artigos do novo Estatuto, como o 124, que exigia notório saber do executivo que assumisse o departamento que lhe fosse designado. O executivo de futebol, Vinícius  Pinotti, tinha como notório saber o fato de ter sido zagueiro do Arquidiocesano.
              Ao escolher Raí, Leco finalmente acerta. Além de ter sido um dos maiores jogadores da história do clube, Raí tem experiência administrativa com a Fundação Gol de Letra, a Raí+Velasco, uma empresa de gestão de marcas e desenvolvimento de negócios nas áreas de esporte, cultura e design entre outras atividades empresariais.
              Raí tem em seu currículo cursos de gestão esportiva, como o Mestrado Executivo da Uefa, para jogadores internacionais, que durou dois anos. Outra coisa que pesa a seu favor é o fato de ter feito parte do Conselho de Administração do clube desde maio, ou seja, ele sabe da situação do São Paulo.
             No meu conceito, Raí fez muito desde que assumiu. Fez jogo duro com o Cruzeiro ao não aceitar a pífia proposta do clube mineiro por Hudson, fez valer a parte que cabia ao SP pelos direitos econômicos de Pratto, trouxe um goleiro promissor, Jean, contratou Diego Souza por um valor alto, mas face a escassez de bons jogadores, o gasto é compreensível, com indicação de Ricardo Rocha, fechou de forma rápida a contratação do ótimo zagueiro Anderson Martins. E nos trouxe a  autoestima.
             Ao contrário do que boa parte da mídia e torcida pensam, não considero que o SP levou um chapéu do Palmeiras no caso Scarpal. A situação dele não é segura do ponto de vista jurídico e como Raí só fecharia negócio com anuência do Fluminense, agiu certo ao cancelar a reunião com o clube carioca.
            Mesmo com Raí trabalhando bem, o SP ainda tem carências no elenco. Falta um LD, um meia pra suprir a ausência de Hernanes e de um atacante de lado de campo, que fure a retranca do adversário, ao contrário de Marcos Guilherme, que rende melhor no contra-ataque e de um centroavante. Pra mim, tão ou mais importante que essa contratações é a renovação  de Éder Militão, melhor jogador defensivo formado em Cotia, podendo nos dar retorno técnico e financeiro.
            Cabe destacar a contratação de Ricardo Rocha e o provável novo cargo de Lugano. Com isso, teremos dois caras com histórico de liderança em gestão de grupo e que deixarão Dorival Júnior pensando nas questões táticas. Um problema a ser resolvido é a questão Cueva com seus problemas disciplinares.
             A contratação de Raí por si só não é garantia de que tudo mudará pra melhor. É preciso que Leco conceda a autonomia necessária e que se rompa a troca excessiva de diretores e técnicos ao sabor da pressão do conselho e do humor da torcida.  Raí fez até agora um trabalho de reação, tendo que montar um elenco num curto espaço de tempo e enfrentando equipes com capacidade financeira maior.
              Sei que é difícil, mas a torcida terá que ter paciência. Dos grandes ícones da história recente, só Raí tem ao mesmo tempo conhecimento, carisma e credibilidade pra fazer o SP voltar aos bons tempos. Telê morreu e Rogério Ceni só poderá voltar em 2021. A caminhada não será fácil, os problemas serão muitos, mas a fé que tinha em Raí como jogador é a mesma que tenho nele como dirigente. Confio na sua integridade, na sua experiência, na sua liderança, no seu conhecimento.
              Eu confio no Raí. Avante São Paulo, avante time da fé!
Rafael de Albuquerque