Raí

Raí abre a apresentação de Ricardo Rocha, ao lado de Hernanes, e passa a palavra ao novo coordenador de futebol.

Raí: “Temos muita coisa para conversar. Gostaria de apresentar o coordenador de futebol que já está me ajudando desde antes do fim do ano, mas que se apresentou com os atletas. O Ricardo Rocha está aqui e vai falar”.

Ricardo Rocha

“Prazer estar aqui com vocês, a maioria já me conhece. Recebi o convite e foi muito rápido, o que ele pensa para o São Paulo mexeu comigo. Toda minha história aqui pesou, assim como o fato do Leco ser o diretor de futebol quando me contrataram em 89, ficou duas semanas comigo em Portugal e fomos campeões paulistas. Agradeço pelo convite do meu amigo Raí, amigos desde 1987. Vamos conversar muito ao longo do ano. Estou feliz e acredito no trabalho”.

Hernanes

Hernanes fala: “Fiz contrato de três anos e tenho mais dois anos, sendo que em metade de 2017 o São Paulo assinou o empréstimo, mas com a condição de ter essa cláusula que o clube hoje exerceu. O São Paulo queria um ano de empréstimo, os chineses pediram seis meses e a cláusula. No começo de dezembro eles exerceram a cláusula pedindo o retorno. Desde então, o São Paulo tem tentado de todas as formas me manter aqui. Conversei com dirigentes e treinador falando que seria importante permanecer, mas até então não teve jeito. Tenho de me reapresentar no dia 7. Esse é o primeiro ponto”.

“Quero agradecer o São Paulo, ao Leco, na época o Vinicius (Pinotti), Alexandre Passaro também. Fizeram um grande esforço. Foram poucos meses, poucos dias, mas muito vitorioso. Me aproximei mais do São Paulo. Hoje, realmente está no sangue as cores desse clube. O torcedor me marcou muito. A comissão e a torcida receberam muito bem”, diz Hernanes.

Raí interrompe: “O São Paulo que tem de agradecer muito. Foram poucos meses, mas é unânime que esses meses valeram por vários anos. Por isso fizemos tanto esforço para ele ficar. Quem tem mais a agradecer aqui somos nós, pelo seu profissionalismo, dedicação e talento”.

Hernanes: “Foi a máxima do Kubischek: 50 anos em cinco. 3 anos em seis meses (risos). Agradeço mesmo. Ainda vou fazer uma última tentativa pessoalmente para encontrar um caminho e permanecer’.

“Sabemos que é difícil ainda, mas esse contato do Hernanes com o clube chinês, dirigentes e comissão técnica, enquanto tiver esperança, vamos tentar”, diz Raí.

FICAR PARA JOGAR A COPA

“Se ficasse aqui, teria mais visibilidade. Indo para lá, com o campeonato começando só em março, estarei nesse período jogando amistosos e campeonatos não oficiais. Mas acho que a minha trajetória, minhas qualidades, como o Tite falou, ele bem conhece: nesse período consegui mostrar minha qualidade e minha força moral, de caráter. Foi algo improvável o que aconteceu, estar sem jogar e chegar e acontecer tudo isso. Já provei o que posso fazer. Claro, seria melhor se estivesse aqui e dando continuidade ao que comecei. Mas não vejo como fim do mundo”, diz Hernanes.

“Se tiver um recado ao Tite: eu aprovo dentro e fora de campo”, diz Raí. “Não sei se ajuda, mas sempre que o Brasil foi campeão tinha um pernambucano”, brinca Ricardo Rocha. “Ajuda, sim, cada detalhe faz a diferença”, diz Hernanes.

Reforços

Como será 2018 com as saídas?

“O torcedor pode confiar em mim que estamos com várias negociações em curso e chegaremos nas competições bem. A base foi mantida, com exceção do Hernanes, que não estava nos planos sair. Estamos conversando e vamos trazer jogadores de nível. Esperamos que seja um time para disputar títulos. Mas a relação do Hernanes com a torcida tricolor é insubstituíveis. Tem três pontos: tem uma base boa do ano passado, a categoria de base acreditamos muito, temos potencial e vamos fortalecer, criar o ambiente para os jovens mostrarem o sangue tricolor que eles e o Hernanes têm. Pode sim vir um novo ídolo. Tem potencial e história para criarmos novos ídolos. E contratações estratégicas e precisas. Tem várias possibilidades em curso. Não vou comentar nomes ou estágio, mas o torcedor pode ter certeza que são contratações bem pensadas e precisas para dar equilíbrio”.

Pratto

Lucas Pratto manifestou vontade de sair para o River? Chegou proposta?”Sim, ele procurou. Sabíamos da possibilidade e esperamos para conversar pessoalmente. Quero deixar claro o profissionalismo e caráter do Lucas Pratto. Impressionante. Ele tem uma situação familiar que quer resolver, mas nunca deixou de lado o compromisso com o São Paulo. Mas deixou claro que é algo que ele quer bastante, desde que o São Paulo esteja também satisfeito. Existiu uma proposta que não atende ainda os interesses do São Paulo. É uma negociação que ainda deve durar mais um tempo. Nós jogadores vivemos momentos e existem graus profundos e outros menos que você consegue contornar. Mas há momentos da vida de um familiar que esse grau pode ser insustentável ou não. Estamos levando em conta o profissionalismo e a vontade dele, mas também tem importância aqui dentro e fora de campo”, diz Raí.

“Ele pensando na instituição São Paulo como um todo faz com que a gente tenha que levar a proposta em consideração”, diz Raí sobre Pratto.

Diego Souza

Diego Souza: está atrelado à saída do Pratto?
“Não vou comentar detalhes, mas é algo de algum tempo. Está bem avançado e é um grande jogador que o São Paulo tem interesse. Mas há vários nomes. Alguns deles estarão conosco em breve”, diz Raí.

Sport espera a reapresentação do Diego Souza?
“A negociação existe. Detalhes eu não vou dar”, diz Raí.

Nem e Maidana

Wellington Nem e Iago Maidana?
“São situações indefinidas e que em breve devem ser resolvidas”, diz Raí.

Nomes de alto nível

Perfil dos reforços / momento para negociar as contratações?
“As decisões são compartilhadas com todos, comissão técnica e diretoria. Analisamos o perfil do elenco e buscamos em cima disso. Além do Jean, tem o Jucilei foi uma conquista importante em definitivo e por um tempo longo. A volta do Reinaldo e do Hudson e que fizeram grandes campeonatos. Serão importantíssimos. Conquistas que precisam ser valorizadas. Esse grupo que está aqui, além dos que vão chegar, podem e vão render muito mais do que renderam. Tem uma base, é uma continuidade e vamos fazer um ambiente, com parceria, para todos subirem de produção. Sobre dificuldade da janela, houve troca na direção, mas não nos movimentamos menos. A nossa preocupação não é quantidade e sim precisão com qualidade para que depois não tenha a probabilidade de erros e ter que mudar no meio do caminho, com gastos. Estamos com bons nomes”.

Aproveitamento da base?
“Acho que a base é a força de um clube do futebol. As maiores vendas são feitas na base: Jesus no Palmeiras, os dois do São Paulo, no Flamengo. Nosso objetivo é fazer um grande trabalho. Não deixar essa distância que existe de Cotia para cá. Queremos trazê-los e eles têm de sentir o que é o São Paulo. Fazer esse trabalho da base com o profissional é o que me mexe. Queremos encurtar essa distância. Já é um bom trabalho na base e podemos melhorar”, diz Ricardo Rocha.

“É importante a valorização e preparar o ambiente para os garotos chegarem. Tem vários aqui e outros que estão na Taça São Paulo. Temos opções de muita qualidade e que cheguem em um ambiente propício, saudável e com confiança. Todo jogador precisa de confiança”, diz Raí.

Retorno do Hernanes

Hernanes, se arrepende de ter ido para o clube chinês?
“Não, vivia outra situação na Juventus. Não jogava… jogava pouco. Atuava fora da minha posição. Conversei com o treinador para jogar na minha posição, mas ele alegou que tinha evoluído e que estava bem naquela posição. Então, estava infeliz. Quando veio o clube chinês deu uma perspectiva, ainda que fosse em outro continente, de que fosse jogar na minha posição. Isso que me entusiasmou. Naquele momento assinei e não me arrependo de modo nenhum”, diz Hernanes.

“Volto a falar: a viagem até a China é longa”, diz Raí.

Lugano

Qual a situação do Lugano?
“Está de férias ainda. Hoje de manhã tentei falar com ele e mandei mensagens. É um nome, história, liderança, personalidade e que será bem aceita por nós, completamente integrado”, diz Raí.

“Conhece muito bem o vestiário. Seria uma satisfação imensa. Fui muito bem recebido aqui. Já fiz essa função no passado. Todos falavam que eu era um líder. Essa é a minha função, nesse elo base, profissional e direção. Estou muito feliz. Projeto no Brasil vive de vitórias. Vamos tentar resgatar o São Paulo campeão. O torcedor e o jogador tem de pensar em ganhar. Fala-se muito em Libertadores. Parece que tem medo de falar em título. Essa mentalidade tem que voltar. O torcedor são-paulino deu a resposta no Brasileirão. Lotou os estádios. Nós e os jogadores precisamos pensar assim. Há cinco anos não ganha títulos, 13 que não ganha Paulista. Raí ganhou 5, eu ganhei um”, diz Rocha

Ricardo Rocha

“Vocês conhecem o Ricardo. É uma personalidade com características únicas e que não passa despercebido. Está deixando a sua marca com todos. Me sinto muito bem acompanhado e com mais segurança de que o trabalho será bem feito”, diz Raí.

Hernanes

Qual seu sentimento, Hernanes?
“Vim para cumprir uma missão. Deu muito certo. Consegui com companheiros e todos começar um trabalho e cumprir a missão. Dar uma nova cara no segundo turno. Melhoramos nosso desempenho e performances. Consequentemente demos uma nova cara. É um novo começo. Saio com sentimento de que fui feliz. Fui eu mesmo, fui feliz. Realização. Ainda que não tenha ganhado títulos, a missão daquele momento era outra. Saio realizado”, diz Hernanes.

Temos mania no Brasil de dizer que a vontade do jogador é fundamental. Na China vale?
“Não sei. Disse que fui feliz porque fui eu mesmo. Sempre fui muito profissional e respeitador. Nunca deixei de cumprir obrigações. Procuro não voltar atrás de uma palavra que eu dou. Se eu falei aquilo que vou fazer, imagine se assinei um contrato. Não tomo atitude pra ferir esse princípio. Nunca fiz nem pretendo fazer. Esse é o meu estilo de vida. Não tem outra maneira de conduzir”, diz Hernanes.

Perdendo Lucas Pratto e Hernanes: como faz para buscar reposições de liderança?
“Eu e Ricardo no lado de fora vamos colaborar com o que puder. A comissão tem a nossa confiança, é uma sequência de trabalho. Terá um efeito maior. A pré-temporada não é a ideal para nenhum clube. São contratações precisas e existem, além de Hernanes, Lucas Pratto, Petros, Sidão, Hudson, lideranças importantes. Nesse momento de início de temporada são importantes e estarão presentes. Mas nas contratações que estamos buscando um dos pontos principais está sendo levado em consideração”, diz Raí.