Amigos tricolores.

A notícia chegou na quinta-feira passada, dia 07, mas só hoje publico esse artigo, pois na semana passada, optei em agradecer pelo o que Dio5, Lugano, fez por nós. Por coincidência, dia 07/12 fez um ano que lancei o livro “Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê” e no mesmo dia, ganhamos a volta do Rei do Morumbi. Por mais que ele estivesse no conselho, agora, ele efetivamente poderá agregar ao tricolor!

Tenho 38 anos. Comecei a acompanhar o São Paulo mais de perto a partir de 1987, quando tinha 8 anos, logo após aquele gol do Careca contra o Guarani (gol que até hoje choro ao ver). Até então eu torcia para o time do meu pai e avô, só depois, fui entender a grandeza do São Paulo, digo isso, pois já justifico o porque Raí é o meu grande ídolo no São Paulo FC e, para mim, o maior jogador que vestiu a camisa do Tricolor.

Para mim, o sucesso do Telê Santana no São Paulo, muito se deve a uma das grandes duplas do futebol: o mestre no banco e o rei em campo. Se entendiam, se ajudavam, se respeitavam. Ao entrevistar Raí para o livro, ele me disse que sente falta das conversas e conselhos do mestre até hoje. Isso se viu em campo. Raí é um cara diferenciado, educado, culto, inteligente e tímido, essa timidez o afetava em campo, Telê lhe deu um “empurrão” para ele se tornar o grande craque que foi. Raí foi o grande jogador do país entre 1991 e 1993, e sem dúvida, em 1992, um dos 5 melhores do mundo.

Com um histórico como o dele, difícil falar mal de Raí, aliás, quase impossível. Há quem consiga, mas é um seleto grupo que talvez nem São Paulino seja, entretanto, Raí está entrando no campo mais perigoso da sua carreira. É inteligente, esperto, sabe muito bem onde está entrando e nós, torcedores, esperamos que ele tenha enorme sucesso, porém, os mesmos torcedores vão do céu ao inferno em dias. Quando se lembra que Zico foi hostilizado no Flamengo e Rogério saiu de ídolo para questionado, em 1 ano, entendesse o que estou falando.

Competência, Raí tem de sobra. Nos últimos anos ele se preparou. Foi difícil entrevistá-lo pois sua agenda é sempre lotada, estava fazendo MBA na França na época. Fez na FGV cursos sobre esporte, ou seja, Raí se prepara há anos para assumir um cargo de gestão e chegou a sua hora. Meu único temor com relação a isso é que a politica do tricolor não o deixe exercer sua função como deveria. Trazer Raí no lugar de Pinotti, já está sendo sondado como uma jogada politica para blindar o presidente, suspeitas que até fazem sentido, mas esperemos que não seja isso, que Raí tenha carta branca para exercer o seu trabalho e possa dar um novo rumo ao São Paulo. Rezamos por isso!

Quando o entrevistei, eu disse estar feliz por estar frente com o meu grande ídolo e melhor jogador que eu vi, ele sorriu, de forma “amarelada”, ficou até encabulado. Esse seu jeito de ser me dá um certo medo, no que diz respeito a politicagem, dele não ter voz ativa para “dar porrada” nos jogadores que não estão muito afim de jogar bola e se preocupam mais com o salario caindo na conta em dia.

Na época de Telê, por exemplo, Raí era o líder e capitão, mas quem “descia a lenha” quando necessário, era Pintado e depois Dinho. Pintado me confessou que algumas vezes quase bateu em alguns dos craques do time e que se, na época, precisasse bater em Raí, ele o faria. Hoje são grandes amigos, talvez até mais do que eram na época que formavam o meio de campo do nosso tricolor.

Raí tem um estilo mais de conversa, calmo e olho no olho, mas Muricy cansou de dizer que jogador não ouve isso, jogador precisa de porrada, não pode ser bonzinho, ele até tem uma entrevista no Sportv onde ele diz que chega para jogador e falar “eu não sou seu pai, já tenho 3 filhos para criar…” e da-lhe porrada nos jogadores. Alguns reagem melhor, outros se escondem.

Talvez, esse jeito do Raí possa trazer uma nova forma de gerenciar jogador. Torcendo por isso, afinal, Raí será, em 2018 o homem forte do futebol tricolor, que esperamos, agora, que não traga jogadores com baixíssimo talento e que ele ajude o técnico a organizar o time, motivar e trazer o São Paulo de volta ao patamar que lhe é de direito: CAMPEÃO!

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe