Rafael Marques, Jean, Victor Ferraz, Zeca, Willian, Dudu, Gustavo Scarpa, Diego Sousa, Copete, Lucca e Alisson. O que eles tem em comum? Como todo fim de ano, são as especulações que impulsionam a criatividade de torcedores e infelizmente de profissionais de mídia. Infelizmente porque o que assistimos nos canais especializados e lemos nos cadernos esportivos pouco tem de profissional. São muito mais palpites, colocações no calor do momento ou até mesmo tendências pessoais ou antiprofissionais camufladas de opinião. Pouco se aproveita da mídia esportiva no Brasil. Parece um balcão de negócio ou um elevado a potência do toma lá da cá tupiniquim que enxergamos com mais clareza em Brasília.

O enxame de ex-jogadores profissionais ocupando as bancadas só expõe o amadorismo provocador já existente nessas pequenas arenas narcísicas que muitas vezes elevam pernas de pau ao estrelato. Parafraseando um desses bufões, “…deveria estar na seleção do Tite!” Se fosse só isso mas muitos ainda se passam de juízes, sentenciando e executando carreiras inteiras sem o menor pudor.

Neste cenário, dentro e fora das quatro linhas o SPFC se perde, a maior parte, por conta da vaidade de seus anciões que morrem mas não largam o cajado. Os mais jovens, são sabatinados numa espécie de Reality Show Tricolor que nos últimos anos queimou de uma só vez Muricy Ramalho, Paulo Autuori, Rogério Ceni, Luís Fabiano (com uma grande ajuda do mesmo) e só não o fez com Lugano porque Hernanes não deixou. Ainda bem que Mauro, Bellini, Leônidas da Silva, Canhoteiro e Pedro Rocha não estavam por perto.

Desde Juvenal, apesar do tri-brasileiro, nossa equipe é capenga e se faz no improviso. Como na lateral direita, ocupada pelo então zagueiro de 17 anos, Breno, ou pelo sub-20 vindo do Palmeiras Ilsinho. Deram certo mas poderíamos ter perdido os campeonatos que ganhamos pelo simples fato de negligenciar tal posição. Além da ala, Muricy pedia, preciso de um meia, e Juvenal trouxe Leandro Bonfim. Chega! Esse é o tipo de negócio feito até hoje, em 2017, com as contratações de Denílson, Jonatan Gomez, Marcinho, Maicossuel, Thomaz, Wellington Nem e Aderllan. Todos apostas ocupando o lugar da base e seus jogadores como o Cipriano, Maidana, Frizzo, Geovane, Walce, Lizieiro, Vinícius, Gabriel Sara, Igor, Caíque, Murilo, Paulo Bóia e Bissoli. Fora os pesos mortos que chegaram antes e nunca fizeram diferença alguma como Bruno e Buffarini.

Se for para contratar alguém, tem que ser GRANDE e vir para ser fundamental. De todos os nomes que circulam, Zeca, Scarpa e Diego Sousa são os únicos que se encaixam no perfil que desejamos. Os outros são apostas e nós temos uma base para apostar. O SPFC precisa cuidar dos seus. Não pode se desfazer de Júnior Taváres – um monstro na lateral esquerda no primeiro semestre de 2017 – muito menos de Lucas Fernandes, craque em todas as equipes e seleções do Brasil que passou desde o infantil. Eles são o futuro! Ou então, veremos novamente a história se repetir como o Ederson, do Manchester City, ou o Casemiro do Real Madrid. Execrados ou taxados de ineficientes e hoje, melhor de suas posições, no MUNDO.

O ano de 2018 tá pertinho e o que espero de presente é um São Paulo equilibrado. Com uma política transparente e um time capaz de compreender quantos suaram e sangraram vestindo e honrando essa camisa desde a primeira metade do século passado.

Que em 2018 o São Paulo amadureça na juventude de Raí e outros que querem reconstruir o tricolor paulista para nos encher novamente de orgulho. SALVE!

Rodrigo C. Vargas é jornalista, literato e estudante de psicologia. É filho, neto e bisneto de são paulinos – rodrigocvargas@gmail.com