Amigos tricolores.

Diego Alfredo Lugano Moreno, Lugano, é Uruguaio da cidade de Canelones. Nasceu em 02/11/1980 e tem 1.88m. Zagueiro destro, começou a jogar no Nacional do Uruguai e passou pelo Plaza Colônia. Chegou, em 2003, ao São Paulo como “o jogador do presidente”. Foi vitima de injustiça na imprensa, que cravou ser “jogador contratado pelo DVD”, porém ele já começou bem no São Paulo, pois a sua contratação acabou gerando uma briga e com isso, a demissão do técnico Oswaldo de Oliveira.

 

Marcelo Portugal Gouvêa, a época, presidente do tricolor, talvez o ultimo presidente a nossa altura, quem bancou a sua vinda. Em 2004 e 2005 ele foi Bola de Prata da Revista Placar. O zagueiro permaneceu até 2006 no tricolor e voltou em 2016.

 

Uruguai e São Paulo tem uma história linda: Pedro Rocha, Pablo Forlán, Dario Pereyra estão entre os grandes craques uruguaios que defenderam o tricolor. Lugano é um zagueiro muito bom mas nunca foi um craque. A sua raça e bom posicionamento sempre o destacaram como um dos melhores de sua geração. Sempre foi firme, nunca desleal. Conquistou legião de fãs por onde passou, mas no São Paulo a sua identificação com a torcida foi maior que em qualquer outro time.

 

Qual São Paulino ligou para Lugano ser um craque ou não? Lugano é “Dio5”, o Deus da Raça como a torcida o chama carinhosamente desde a sua volta. Sua forma de atuar o transformou em um líder nato do time, sempre aconselhando, sempre conversando e quando necessário impondo respeito aos adversários com a sua “cara de louco”. Lugano é daquelas figuras que farão falta ao futebol, em especial, ao tricolor. O torcedor sempre se sentiu seguro quando Lugano estava em campo!

 

Lugano foi fundamental na Libertadores e no Mundial de 2005. Tomou conta da defesa, aliás, tomou conta do time. Não era o capitão, pois essa missão era de Rogério Ceni, mas dividia com o M1TO a tarefa de incentivar, organizar e liderar o time. Disputou a final da Libertadores de 2006, se sagrou vice-campeão e depois foi vendido para o Fenerbahce da Turquia, onde também se tornou um grande ídolo. Jogou alguns jogos de 2006, mas não estava mais no time campeão nacional daquele ano. Passou pelo Paris Saint Germain, Málaga, West Bromwich, Hacken, Cerro Porteño até em 2016 voltar ao São Paulo depois de um enorme apelo da torcida, talvez, um dos jogadores que a torcida mais pediu a sua volta na história do tricolor! E com toda a razão, deixemos claro!

 

Pela seleção Uruguaia, Lugano disputou as Copas de 2010 e 2014 e tem apenas um titulo, o da Copa América de 2011. Lugano conseguiu que muitos São Paulinos tivessem a seleção do Uruguai como a sua 2a seleção, torcendo para a “Celeste” apenas porque Lugano lá estava. Camisa do Lugano da seleção foi muito vendida no Brasil.

 

Mas em 03/12/2017, ele se aposentou do São Paulo. Não se sabe ainda se vai jogar mais algumas temporadas em outros times ou se vai aceitar a proposta de assumir um cargo na diretoria do tricolor, o que seria muito bom, mas Lugano deu uma aula aos jogadores brasileiros o que é ter amor à camisa de um time, o que é ser grato com uma torcida e como se tornar um grande ídolo no São Paulo. Foram 213 jogos e 13 gols com a camisa tricolor, números que com certeza o torcedor tricolor, na sua maioria, gostaria que fossem maiores, assim, “Dio5” teria jogado mais.

 

Em um futebol dominado por jogadores sem caráter, mimimi e amantes de departamento médico, Lugano se destaca pela sua liderança, respeito e raça. Não se vê ele na imprensa falando mal de jogador A, técnico B ou dirigente C. Lugano foca no trabalho, em campo, fora dele, o zagueiro se mantém neutro e sempre sereno ao responder, escolhendo bem as palavras para não gerar polemica ou ser mal interpretado.

 

Cheguei a escrever sobre o que a diretoria estava fazendo com ele. Muitos torcedores se revoltaram com isso. Na minha visão, a diretoria, nesse caso, se portou como uma criança mimada. É fato, que em Junho, não queriam renovar com Dio5, mas a pressão da torcida e o péssimo momento do São Paulo, pesaram para Leco renovar. De 200 mil, dizem, seu salario foi reduzido para 100 mil. E ele topou, o amor ao São Paulo falou mais alto que o dinheiro. Desse dia em diante, Lugano mal jogou. Dorival Jr, às vezes, nem no banco o colocava. Não se sabe ao certo porque, não se pode acusar, mas pareceu que a diretoria chamou o Dorival Jr e pediu para não escalar o zagueiro, para mostrar a torcida “quem manda”. Trouxe Aderlan e Bruno, quando Lugano estava à disposição. Se o fizeram pensando na possível saída do Uruguaio, ponto a favor, senão, só mostra o quão amadora é, ao tratar um ídolo com esse “carinho”, um cara que declarou amor ao São Paulo desde o seu ultimo jogo em 2006 e continua declarando até hoje!

 

Lugano chora uma derrota na mesma intensidade que comemora uma vitória. Esse é, realmente, um torcedor em campo, tal qual, Rogério Ceni o foi em seus mais de 25 anos como jogador. Não era raro ver Lugano desesperado com uma derrota em campo, assim como, ele também entrava em campo para abraçar o time depois de uma vitória difícil ou um gol. Lugano estava sempre ao lado do time e espero que isso se torne uma constante.

 

Cara de caráter, nem festa quis pois se sentira mal porque outros ídolos não tiveram como Raí, Zetti, Careca, caras que jogaram mais tempo e ganharam mais títulos que ele. Isso mostra o caráter do jogador e o porque é um grande ídolo.

 

Pintado, o “Deus da Raça” de 1992, na Era Telê, foi escorraçado do São Paulo. A atual diretoria pouco se importou o que Pintado fez no São Paulo como jogador e como auxiliar técnico. Na entrevista feita com ele para o livro “Ao mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê” Pintado chorou ao olhar para o campo do CT e dizer “vou devolver ao São Paulo tudo o que ele me deu”, nessa época, ele estava há 2 meses na nova função. Esse tipo de cara que o São Paulo precisa e não um monte de meia boca, que entra em campo com uma vontade igual de uma criança em comer um prato de salada e verdura na frente do Mc Donalds.

 

OBRIGADO LUGANO e volte logo ao nosso Tricolor!

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova) – www.livrotele.com.br – facebook.com/plannerfelipe e @plannerfelipe