O nome de Rafinha tem sido ligado a clubes do futebol brasileiro com frequência nos últimos anos, mas a possibilidade de o negócio enfim sair do papel nunca foi tão grande como agora. Aos 32 anos, o lateral-direito está em sua 13ª temporada na Europa e tem contrato até o meio de 2018 com o Bayern de Munique. Em entrevista por telefone ao GloboEsporte.com, ele revelou que os alemães lhe fizeram proposta de renovação por dois anos. No entanto, disse sentir que o ciclo no Velho Continente está próximo do fim e admitiu a intenção de retornar ao Brasil.

– Tenho muita vontade. Cheguei com 18 anos e estou com 32, passei uma vida aqui. Tenho passaporte alemão, criei raízes e tenho um carinho muito grande pela Alemanha, que é minha segunda casa. Mas sinto que está na hora de eu tentar outra coisa, buscar um novo desafio – disse, para em seguida dar ainda mais otimismo aos clubes brasileiros interessados em seu futebol.

– Minhas filhas estão morando no Brasil, meus irmãos e minha mãe, que está cobrando para eu voltar. Ela já tinha pedido no ano passado. E eu também quero ficar perto das minhas filhas, esse é um dos fatores mais importantes para eu voltar ao Brasil. Se for da vontade de Deus e tudo der certo, por que não? Ganhei todos os títulos aqui na Europa, então acho que é o momento de eu começar a amadurecer essa ideia de voltar, sim – completou.

O São Paulo, Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro se manifestaram com interesse no jogador mas o clube alviverde com mais capital e vaga garantida na Libertadores, parece ser um favorito.

Ofertas de gigantes europeus

Rafinha também tem propostas de dois clubes gigantes da Europa – um deles é o Chelsea. Ainda assim, mostra-se bastante interessado na possibilidade de voltar ao país de origem. No Brasil, por sinal, são muitos os interessados. Recentemente, Cruzeiro e São Paulo procuraram o jogador. Mas ele não cita nomes e, por respeito ao Bayern, evita entrar em detalhes. A decisão deve sair ainda em 2017.

– Tenho uma proposta do Bayern para renovar contrato por dois anos e algumas propostas de grandes clubes do futebol europeu e do futebol brasileiro. Mas estou evitando falar sobre isso agora. Minha cabeça está no Bayern, que é um dos maiores clubes do mundo. Não tenho nada certo nem apalavrado com ninguém.

Rafinha foi revelado pelo Coritiba, por quem guarda grande carinho. E o Coxa está nos planos do lateral-direito para o futuro. Mas a tendência é que, retornando ao Brasil, ele primeiro atue por alguma outra equipe.

Outra coisa que está nos planos de Rafinha é a Copa do Mundo da Rússia. A seu favor, o fato de ter uma carreira de sucesso no futebol europeu e estar com espaço no Bayern nesta temporada – participou de 14 dos 18 jogos do time, nove como titular. O paranaense teve chance com Tite nos amistosos com Austrália e Argentina, em junho, e tem confiança em disputar o Mundial. Na posição, a Seleção atualmente tem Daniel Alves como titular absoluto – Danilo, do Manchester City, é o reserva da vez. Fagner, do Corinthians, é outro concorrente de Rafinha.

– A minha esperança é tão grande quanto a de todos que estão concorrendo a essa vaga. O Tite me deu chance e fui muito bem, no meu ponto de vista. Deixei ótima impressão nos treinamentos. Foi ótimo para poder voltar a viver o clima da Seleção, participar de novo. O ambiente que a Seleção está vivendo hoje é maravilhoso, está dando gosto de treinar e participar. Tive o prazer de viver isso de perto. Tenho certeza de que ele me avaliou bem, junto da comissão técnica, e de que estou no bolo, sim. Não tenho nem que ficar falando. Jogo em um dos maiores clubes do mundo, e eles com certeza estão me acompanhando. Estou confiante de que vou ter mais uma chance para eu poder mostrar meu trabalho e realizar meu sonho, que é disputar uma Copa do Mundo.

Rafinha comentou ainda a recente troca de treinador que houve no Bayern: Carlo Ancelotti foi demitido após a derrota por 3 a 0 para o Paris Saint-Germain na Liga dos Campeões, e Jupp Heynckes deixou a aposentadoria para voltar ao comando do time. O lateral garantiu que Ancelotti era adorado por todos no clube e não tinha problemas com alguns jogadores, ao contrário do que foi noticiado pela imprensa alemã.

– O trabalho que o Carlo fez aqui foi extraordinário. Na última temporada chegamos à semifinal da Liga dos Campeões, fomos campeões alemães. Ele dispensa comentários, mas infelizmente em time grande é assim. Se o resultado não aparece, tem que achar algum culpado. Naquele momento a diretoria achou melhor mudar de treinador. Estou no Bayern há sete anos e isso nunca aconteceu aqui de trocar treinador durante a temporada. É até chato, porque aí o time começou a ganhar todas. O time está bem. Acho que é fase mesmo. Agora está tudo normal de novo. E o Jupp Heynckes é um cara que já conhecíamos, ganhou a Tríplice Coroa aqui. Tenho um carinho muito grande por ele e fico feliz de ele ter voltado – encerrou.

GE