O São Paulo não vai admitir publicamente, mas trabalha para fazer com que o lateral-esquerdo Reinaldo e o volante Hudson se transformem em boas moedas de troca no fim da temporada. Diante dos microfones, a diretoria diz até que pensa em aproveitá-los a partir de 2018.

A ideia ao afirmar isso é não diminuir o valor da dupla. Mas, internamente, está decidido que eles acabaram negociados em definitivo com os clubes que fizerem as melhores propostas. Reinaldo, por exemplo, já sabe que interessa ao Corinthians e poderia ser envolvido em uma troca pelo goleiro Walter.

Já Hudson tem vontade de continuar no Cruzeiro, onde é titular absoluto e acaba de conquistar o título da Copa do Brasil. A Raposa, porém, reluta em pagar os R$ 5,7 milhões previstos no contrato de empréstimo para a aquisição de seus direitos econômicos. Uma saída seria envolver outros atletas cruzeirenses na transação.

Mas Corinthians e Cruzeiro precisam saber que não estão sozinhos nestas disputas. Por determinação do presidente Leco, o diretor-executivo de futebol, Vinícius Pinotti, fará o melhor negócio possível para o Tricolor, pensando do ponto de vista financeiro e também esportivo.

Diante da falta de dinheiro no mercado, a tendência natural é de que qualquer interessado queira propor uma troca. E vai levar quem tiver o melhor jogador para sugerir.

Hudson até chegou a ser titular no Morumbi, mas nunca confirmou as expectativas criadas nos tempos em que era destaque no Botafogo-SP. Já Reinaldo tem o filme completamente queimado junto ao torcedor do Tricolor e está em seu segundo empréstimo consecutivo. O lateral já havia ido bem na Ponte, em 2016, e tem jogado ainda mais na Chapecoense, em 2017.

Dorival Júnior foi consultado sobre a situação de ambos, mas a posição do treinador não se mostrou decisiva para a diretoria. É que o comandante do São Paulo ainda não tem permanência garantida para o próximo ano – sua continuidade vai depender do rendimento do time nas sete rodadas finais do Brasileirão – uma classificação para a pré-Libertadores lhe salvaria.

O curioso é que Dorival tem contrato com o Tricolor até dezembro de 2018, mas os dirigentes não demonstram muita preocupação com o risco de romper o vínculo.

Jorge Nicola