Amigos tricolores.

Aqui nesse espaço eu já critiquei muito o Cueva. E na época, com razão!!!

São cobrados apenas aqueles que sabemos que tem talento para dar algo a mais para o nosso time. Isso é fato. E Cueva tem um grande talento, mas na época, estava mal e até meio que de “saco cheio” de jogar no São Paulo. Era nítido. Sorte nossa que foi uma fase, que uma conversa mais a chegada do Hernanes resolveram. E ele voltou a jogar muito bem e ser decisivo. O que esperamos!

Nas minhas pesquisas e entrevistas para o livro “Ao Mestre com carinho. O São Paulo FC da era Telê” eu tive a oportunidade de conversar com Caio Ribeiro e assistir a uma entrevista do ex-volante Alemão. Caio me disse que “se Telê não desse algumas broncas no jogador, é porque ele não acreditava que aquele jogador pudesse fazer a diferença”, já Alemão disse, sem citar nomes, que Telê chegava para alguns jogadores e dizia “você desarma e toca de lado. Não inventa. Desarma e toca de lado”.

Esse era o jogador que o mestre precisava para segurar a defesa e deixar os melhores jogadores a vontade para exibir seu talento em campo e fazer a diferença. E criticar os melhores, sempre foi e sempre será algo que acontecerá em todos os segmentos, não só no futebol, mas nas empresas também, se cobra mais de quem pode dar mais.

O meu medo com o São Paulo é que a Cuevadependencia ocorra novamente, como no ano passado ocorria. É claro que nem todo o jogador joga bem todos os jogos. Nem Pelé jogou bem todos os jogos. Hernanes, por exemplo, já foi mal em alguns jogos, Cueva em outros, Pratto 11 jogos sem marcar, Sidão falhou, Rodrigo Caio também. Isso é normal, é do futebol, são seres humanos e não máquinas. Seres humanos são passíveis de falhas. Mas quando Cueva não está bem, o São Paulo parece que sente e não joga bem.

Vamos ao exemplo dessa semana, no jogo contra o Flamengo. No primeiro tempo, o São Paulo jogou como nós, torcedores, queremos ver. Um time com raça, com vontade, marcando, armando e indo para cima do adversário. Pouco importa qual o tamanho do adversário, era necessário ir para cima com tudo, pois a situação ainda não é confortável. Apesar da nossa diretoria e alguns “torcedores” torcerem por isso, o São Paulo não cai! O São Paulo foi muito bem no jogo, abriu 2×0 no primeiro tempo e Cueva ainda deu um perigoso chute que o goleiro defendeu. Fomos superiores, Sidão mal pegou na bola no 1o tempo.

No 2o tempo, antes de começar o jogo, os repórteres de campo, informaram que Cueva estava conversando com o médico do São Paulo, colocando a mão na cocha e fazendo sinal de negação com a cabeça. Entendeu-se que Cueva dizia ao médico que não conseguiria jogar o 2o tempo. Parece que um acordo fez com que o peruano voltasse e tentasse ao máximo. Logo no começo, ele tentou dominar uma bola, essa escapou. Depois, um drible facilmente desarmado. Parou de jogar? Não. Mas a dor incomoda, o jogador perde a confiança. Dorival o manteve no campo, ele, sem confiança e com dor, se poupou, parou de jogar. O São Paulo, foi na mesma onda, parou de jogar. O Flamengo foi perigoso, tentou, Sidão fez 2 belas defesas ao final do jogo, sendo a 2a digna de Zetti ou Rogério Ceni. Vencemos por 2X0, mas se Cueva tivesse voltado 100%, há quem acredite, como eu, que o São Paulo poderia ter feito mais 1 ou 2 gols, pois o primeiro tempo mostrou isso.

No papel, temos um dos melhores meios de campo do pais: Petros, Jucilei, Hernanes e Cueva. Até compreensível, no esquema de Dorival, ele preferir Lucas Fernandes a Jucilei, eu não concordo, mas visando o time mais ofensivo, sacar um volante por um meia, é levar o time a frente. Vamos torcer para Dorival manter esse quarteto até o final do ano. O problema é que de nada adianta o São Paulo manter esse quarteto, Pratto na frente, Arboleda na defesa, se o time só joga quando Cueva está bem.

Contra o Atlético-PR, por exemplo, o São Paulo não fez uma partida brilhante, mas 2 lampejos de Cueva, se transformaram em gols, é o que se espera do camisa dez tricolor. Nesse momento, Cueva tem feito poucos gols, dá passes precisos para que outros façam os gols, porém, é preciso que o São Paulo saiba jogar sem Cueva, ou, como contra o Flamengo, se ele sofrer uma contusão ou se for necessário uma substituição por uma pancada ou cansaço, como será o time?

Hernanes é um que faz muita diferença dentro e fora do campo. É líder, veio, cobrou, se dedica em campo, mudou a cara do São Paulo. Faz mais gols que Cueva, arma menos que o peruano, mas ok, estamos falando de um time, onde tem 11 peças que precisam fazer funções diferentes, porém, complementares para o sucesso do time, mas precisamos aprender a jogar sem Cueva, pois nem todo o jogo ele estará bem, nem todo o jogo ele poderá jogar os 90 minutos e talvez, em alguns jogos, pela seleção, contusão ou expulsão, ele nem campo estará.

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova). Me siga facebook.com/plannerfelipe