São Paulo voltou a vencer e estará fora da zona de rebaixamento do Brasileirão ao fim da 28ª rodada – em metade delas, 14, tinha ficado no Z-4. Pratto voltou a balançar a rede depois de 11 jogos de jejum. Maicosuel, desde junho lutando contra problemas físicos, fez o seu primeiro gol apenas no quarto jogo pelo clube…

Houve vários destaques individuais na vitória de virada por 2 a 1 sobre o Atlético-PR, na noite de sábado, no Pacaembu, mas o principal deles, mais coletivo, indica o que o Tricolor precisa melhorar para não voltar ao Z-4 nos 10 jogos que restam na competição.

No primeiro tempo da partida, o São Paulo teve muita paciência, mas pouca qualidade. Com quase 70% de posse de bola, criou quase nenhum perigo ao Atlético-PR. Por quê? Furar o bloqueio do adversário exigia, além de precisão no passe final, superar o famoso conceito da Física que diz que “dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço”.

É difícil explicar, mas fácil mostrar: veja a imagem abaixo, corriqueira em toda a etapa inicial… Rodrigo Caio tem a bola dominada quase na intermediária ofensiva do Tricolor, tendo que iniciar a jogada contra os 10 adversários de linha à sua frente.

Diante desse cenário, Pratto ficou mais dentro da área do que o costume. E os jogadores de meio, principalmente Cueva, Lucas Fernanes e Marcos Guilherme, tentaram acioná-lo várias vezes, mas sem sucesso.

O Tricolor passou a arriscar finalizações de fora da área: Hernanes, Cueva e Marcos Guilherme tentaram. No fim da etapa inicial, Pratto, saindo da área, foi outro que procurou mudar a situação. Também não deu certo, mas pelo menos o São Paulo conseguiu chegar com a bola dominada mais perto da meta.

No segundo tempo, quem tentou mudar o jogo foi o Furacão, o que facilitou a vida do Tricolor, mesmo com o gol rubro-negro logo aos 4 minutos. O técnico Fabiano Soares voltou para a etapa final com duas alterações (saíram Pablo e Nicolas, entraram Felipe Gedoz e Nikão) e a sua equipe mais avançada.

 A equipe de Dorival Júnior teve que continuar buscando o jogo, mas com muito mais espaço ofensivo à disposição. Aos 14, Cueva recebeu a bola na intermediária, com bem menos adversários entre ele e Pratto, destino final da bola para o gol de empate.

Logo em seguida, Maicosuel entrou no lugar de Lucas Fernandes e deu mais corpo – literalmente até – ao setor de criação tricolor. O estilo mais incisivo do substituto ajudou, mas estava mais fácil jogar com espaço.

O Atlético-PR continou saindo para o jogo, e o gol da virada do São Paulo aconteceu em um contra-ataque, algo inimaginável pelo que se apresentou na primeira parte do jogo: bola recuperada por Hernanes, arrancada de Cueva e finalização de Maicosuel.

Até o fim do Brasileirão, o São Paulo fará metade dos jogos em casa – cinco de 10 (quatro no Pacaembu e o último no Morumbi, agora alugado para shows). Para efeito de fuga do rebaixamento, esqueçamos as partidas fora: com mais quatro vitórias, o Tricolor chegará a 46 pontos, com grande chance de se salvar. Se ganhar tudo como mandante, certamente escapará, com 49.

PRÓXIMOS JOGOS DO SÃO PAULO COMO MANDANTE:

  • 22/10 – x Flamengo, no Pacaembu
  • 28/10 – x Santos, no Pacaembu
  • 9/11 – x Chapecoense, no Pacaembu
  • 19/11 – x Botafogo, no Pacaembu
  • 3/12 – x Bahia, no Morumbi

Dorival tem optado por uma formação mais ofensiva, de jogadores leves, como Lucas Fernandes e Marcos Guilherme. Até para tentar pontuar fora, não seria melhor jogar mais fechado? Postado mais atrás, os espaços à frente não apareceriam com maior frequência?

Eis a missão do técnico tricolor, que será dificultada pela ausência de Cueva. Na primeira quinzena de novembro, o meia peruano ficará fora de pelo menos quatro jogos – o Peru enfrentará a Nova Zelândia em ida e volta por uma vaga na Copa do Mundo de 2018.

E quem disse que, para definir onde estará no ano que vem, o São Paulo também não disputará um mata-mata? Serão mais 10 jogos, cinco em casa e cinco fora…

GE