Amigos tricolores.

Sou totalmente a favor que o Kaká volte ao nosso tricolor. Encerre a sua brilhante e vitoriosa carreira no clube que o revelou para o mundo. E de preferencia com títulos, pois ele, infelizmente, saiu muito precoce do São Paulo, em 2003, e não esteve nas conquistas de 2005, que seriam um pouco menos difíceis com seu talento em campo. Ganhou poucos títulos pelo São Paulo, pela sua carreira, história e talento, poderia ser mais, entretanto, ele tomou outro rumo para a carreira. Perdemos um talento cedo demais, uma pena!

Para alguns jornalistas, Kaká é um ex-jogador em atividade. Para outros, ele jogou algumas temporadas, no ainda, fraco futebol americano. Não teve o mesmo nível de competitividade que teria permanecendo na Itália, Espanha, Brasil ou se fosse para a França ou Inglaterra. Nesse quesito, eu concordo, o futebol americano será uma potencia em breve, pois há investimento e competência por lá, mas ainda é uma segunda linha de campeonato se comparado aos citados acima, mais tradicionais, mais fortes, competitivos e com jogadores mais consagrados. Mas para mim, Kaká ainda tem muito o que acrescentar ao futebol do tricolor! dentro e fora de campo.

Quando Kaká voltou ao São Paulo em 2015, eu gostei! Não pude ir na festa que fizeram para ele, compromissos profissionais me impediram, mas fiquei bem feliz. Uma pena ter sido no meio do campeonato, não deu tempo para um entrosamento maior, mas o time era respeitável: Kaká, Ganso, Pato e Luis Fabiano. Nenhum time tinha esse ataque, nenhum! Osório no banco. Tinha tudo para vir um titulo, o São Paulo brigou, mas Kaká só fez sua estreia em Agosto, pouco tempo para entrosamento.

Na sua volta, claro, Kaká não era o mesmo jovem que despontou no São Paulo fazendo 2 gols na final do Rio-São Paulo, muito menos um dos galácticos do Real Madrid e nem de longe o jogador que ganhou a bola de ouro como o melhor do mundo pela Fifa. Kaká tinha muito mais experiência do que velocidade, mas o talento, nunca se perde. Ele, sempre foi um jogador de explosão, que com a idade, precisa se reinventar. Lembram de Muller? De ponta direita de velocidade, se tornou quase que um meia, sendo o “garçom” de diversos times. Lhe faltava o arranque, mas a inteligência e talento sobravam. Kaká está igual, não comparando os jogadores, mas sim, a reinvenção de ambos em campo, que se faz necessária pela idade.

Em sua volta, em 2015, Kaká motivou o time. Para os mais novos, hoje, casos de Militão, Lucas Fernandes, Shaylon, Araruna será uma referencia ver um cara que ganhou tudo, foi o melhor do mundo, trabalhando lado a lado. Kaká é inteligente e de grupo, ele é daqueles que começa a treinar mais cedo e sai mais tarde. Quer aprimorar sempre. Isso motiva a molecada. Os jogadores encostados, que fazem corpo mole – atualmente quase nenhum no SPFC é assim – acabam se motivando a jogar, pois o “tiozinho” vai roubar seu lugar no time.

Ele treinará como se fosse um jogador da base recém promovido. Isso é importante para o time. Kaká, com sua experiência, será um líder, vai comandar o time em campo, auxiliando o técnico – seja ele quem for – dentro de campo, tal qual, Telê e Raí faziam em 1992 (e depois Leonardo ocupou esse espaço com a ida de Raí para a França). Esse tipo de parceria, quando bem feita, dá muito certo.

Por fim, Kaká deverá ser usado como estratégia de marketing. Sua imagem de bom moço, profissional e são paulino vende. Venderá camisas, ingressos, bonés, canetas, livros e tudo o que envolver o São Paulo. Chamará, em campo, a responsabilidade para si, como fazia desde os tempos de recém promovido. Chamará marcação deixando outros jogadores como Lucas Fernandes, Cueva, Pratto, Hernanes mais livres para pensar e decidir o jogo.

Não jogará todos os jogos, não aguentará os 90 minutos e também não deverá jogar em viagens mais longas. Será decisivo em alguns jogos, sumirá em outros. Como todo o jogador, porém, será sempre aquele jogador que pode, em uma bola, decidir um jogo difícil com um chute preciso, um passe mágico ou um drible desconcertante.

Torço para que a diretoria o traga, mas que não faça com esse ídolo, o que estão fazendo com Lugano e o que fizeram com Pintado.

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova). Me siga facebook.com/plannerfelipe