Falei aqui da última vez que o São Paulo precisava dar um jeito de ganhar mesmo quando jogava mal. E, ok, não é sempre que isso vai acontecer, mas de vez em quando dá. Agora, entre nós: não se ganha quando não se quer ganhar.

Em mais um jogo péssimo, o São Paulo não conseguiu demonstrar absolutamente nada que dê esperança de nos tirar dessa situação. Especialmente no primeiro tempo da derrota para o Atlético-MG, o Tricolor fez uma partida terrível, digna dos piores tempos. Melhorou na leve pressão normalíssima e necessária na segunda etapa, mas é pouco, muito pouco para quem precisa desesperadamente fugir do rebaixamento.

Com esse time, vai ser difícil jogar bem. Então, mesmo quando a coisa aperta, é preciso mostrar ao menos a vontade de vencer. Qualquer ponto no Independência era lucro, mas é difícil escolher o que foi pior: a atitude ou o futebol jogado.

Dez dias de treino para errar passe de dois metros, dar contra-ataque a rodo em escanteio, não conseguir criar chances sem ser no chutão. Dez dias de treino e uma montagem de elenco para tirar Hernanes e manter Gómez, para insistir na formação que não dá certo, pra por Lucas Fernandes puxando contra-ataque e, precisando do resultado, colocar Jucilei e Maicosuel. É difícil.

O São Paulo tem 19% de aproveitamento como visitante na temporada. Não, não é aí que vai se salvar. Só vai conseguir escapar do rebaixamento quando estiver em casa, do lado da torcida, que é quem realmente mais luta pra tirar o time dessa situação. E, oh, agora não tem Morumbi. O torcedor vai ao Pacaembu pra apoiar, mas o time precisa fazer sua parte. Que é, no mínimo, querer tirar o clube dessa situação.

Sidão: 8
Eu não sei quem é você e o que você fez com o verdadeiro Sidão, mas tô gostando. Continue assim.

Militão: 6
Prejudicado pelo sistema horroroso e pela atuação coletiva desgraçada, mas esse mlk vai ser grande. Não vamos queimá-lo, por favor.

Rodrigo Caio: 3
Só ganha 3 porque não é o Bruno Alves.

Bruno Alves: 1
Na moralzinha, vai para o inferno.

Junior Tavares: 5
Bem na marcação, mas um cruzamento errado pra cada ponto perdido pelo São Paulo Futebol Clube nos últimos oito anos.

Petros: 6
Se salvou também. Exposto nos contra-ataques, mesmo assim se deu bem e foi tranquilo na sua função.

Hernanes: 4
Vamos por partes. Primeiro, sim, foi uma partida horrorosa do Hernanes (talvez a primeira desde que voltou). Depois, talvez esse jogo seja o que cientistas precisem pra provar que ruindade é contagiosa. Agora o mais importante: se não pediu pra sair (o que eu duvido), não há absolutamente o menor cabimento em tirar o Hernanes de um jogo do esporte futebol sendo que os 10 atletas atuando ao seu lado são esses aí de hoje. Se ele tá sem uma perna, ele com a outra joga mais bola que o resto do time. De verdade: se ele não estava machucado, é papo pra justa causa no Dorival.

Gomez: 5
Tentou, coitado. Ficou ilhado no meio-campo e se viu obrigado a tentar carregar a bola e chutar a cada dois lances. Pena que é fraquinho.

Marcos Guilherme: 4
Ruim.

Lucas Fernandes: 4
Bem ruim (a partida, o jogador eu ainda tenho um pouco de esperança).

Pratto: 5
O Pratto me causa um mix de emoções porque ao mesmo tempo que quero MATÁ-LO pela situação atual eu tenho vontade de dar um abraço e dizer ‘calma, vai passar’. Dá dó de vê-lo isolado e correndo pra lá e pra cá sozinho, mas ele não se ajuda também.

Dorival: s/n
De verdade: há alguma melhora na equipe?

Shalyon: 6
Elogios. Não quero queimar, mas eu testava de titular já, foda-se.

Maicosuel: 4
Bastante ruim.

Jucilei: s/n
Entrou só pra gente lembrar como é triste o processo de decomposição de um jogador.

Notas:
– Sei lá o que dizer, bicho. Desânimo é a palavra, acredito.
– Que o Pacaembu nos ajude, porque precisaremos demais.
– Vamo, São Paulo. Pelo amor de Deus, vamo.

Caíque Toledo