Amigos tricolores.

Quem me acompanha aqui sabe que eu não tenho problema nenhum em criticar jogadores. Sou, como a maioria esmagadora aqui, um torcedor apaixonado que já vibrou muito com o São Paulo, mas também já chorou e sofreu. Faz parte, esse é o futebol, e no amor, há sempre os momentos felizes e tristes. Rezo diariamente para nosso São Paulo voltar ao patamar que lhe é de direito: Disputando títulos!

Uma das poucas, gratas, surpresas que tive esse ano foi com Petros. Confesso que quando sua contratação foi anunciada, instantaneamente eu o coloquei na minha lista de potenciais jogadores a serem criticados. Motivos não faltavam: jogador bom, joga em time grande da Europa, e convenhamos, o Betis não é nenhuma potencia. Se disputasse o Campeonato Brasileiro, conseguiria no máximo ficar fora do Z4. Dos 24 times do campeonato, o Betis deve ser melhor que 2 ou 3. Se muito!  Outro fator, claro, que pesou muito, foi o fato dele já ter vestido, assim como Jucilei, a camisa do Corinthians, além de, por fim, eu nunca ter achado que ele era um grande jogador. Mas, no Brasil, quem é o grande jogador?

De fato, Petros não é nenhum Falcão, Cerezo, Alemão ou Chicão. É um volante raçudo, com bom passe. Desarma bem, tem uma boa visão de jogo, mas não será, por exemplo, um dos 23 selecionáveis para a Copa de 2018. Ao lado de Jucilei, tem tudo para ser uma dupla de sucesso no São Paulo, que vai ajudar muito, pois uma coisa é inegável. Ele tem raça!

O seu papel de liderança dentro de campo está sendo muito bom, mas fora, melhor ainda. Esperto ou não, ele se mostra profissional, algo, infelizmente cada vez mais raro no futebol nacional. Vivemos, como já disse aqui, a era dos jogadores mimimi, iniciada pela eterna promessa Robinho que mostrou que é só chorar que consegue as coisas. Petros, até o momento, demonstra respeito a camisa do São Paulo. Seria ótimo ter 11 jogadores com amor ao São Paulo como Lugano tem, como Rogério Ceni tinha, Aloísio Chulapa entre outros, mas não temos, entretanto, isso não é o mais importante, respeitando e dando o sangue nos jogos já está de bom tamanho.

O que a torcida não suporta é jogador mimimi ou que não está nem ai para o time. O São Paulo já teve jogadores ruins em seu elenco, mas que a raça compensava isso. Não desistiam nunca, caíram nas graças da torcida e contaminavam, positivamente, o elenco. As vezes, o time precisa disso. Quando Kaká voltou, em 2015, ele não foi o mesmo Kaká que ganhou o premio de melhor do mundo, mas seu amor pelo São Paulo fez com que ele, mesmo milionário, premiado e ídolo, se esforçasse o dobro. Deu resultado, pena que não deu tempo de ter um encaixa perfeito com Luis Fabiano, Pato e Ganso para nos dar um titulo. Alguns meses antes e o São Paulo ganharia algo em 2015 ou 2016, caso o time fosse mantido. Petros, tem esse perfil, não é um craque, nunca foi, mas é um cara que contamina positivamente o grupo.

Assim como tem jogador que contamina negativamente, como eram Michel Bastos e Wesley, o São Paulo precisa de jogador que tenha raça e seja exemplo. Hernanes é outro, voltou para o São Paulo, tem feito gols, não é o mesmo, mas está dando o sangue pelo time, briga, cobra, organiza, lidera. Isso dá moral e motiva a molecada. Acredito que essa é a formula para sairmos dessa má fase e almejar algo maior em 2018!

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova). Me siga facebook.com/plannerfelipe