Amigos tricolores.

Eu sou uma pessoa totalmente contra a violência de qualquer parte, até mesmo, quando envolve futebol. Serei hipócrita se disser que nunca briguei, a chegar a vias de fato, por causa de futebol, na adolescência, diversas vezes, hoje, aos 38 anos não o faço mais. E não aprovo quando outras pessoas, até mesmo as torcidas o fazem.

Na semana passada, um grupo de torcedores, tanto das organizadas como torcedores comuns estiveram no CT do São Paulo para um papo com diretoria e jogadores. Um dos presentes nesse papo é um amigo e me contou que a cobrança foi firme, mas sem desrespeito ou agressão. Então, ponto positivo. Claro que essa reunião ia gerar confusão e opiniões diversas, qualquer coisa que envolve a paixão nunca tem unanimidade. Por exemplo, se pedir para eleger o melhor goleiro que o São Paulo já teve ou o melhor camisa 9 ou 10, teremos pelos menos 5 fortes candidatos. Uns mais votados, mas nunca unanimidade. Nem mesmo Telê Santana é unanimidade como o melhor técnico que o São Paulo já teve.

Mas voltando ao assunto da reunião. Eu sou a favor sempre de uma reunião séria, olho no olho para que fique claro a insatisfação de uma maioria. Duvido que 20 milhões de torcedores estão satisfeitos com o que está acontecendo com o São Paulo. Já a diretoria, eu não me arrisco a dizer o mesmo, mas enfim, vamos focar no que importa. Sou a favor de um papo direto, como foi feito onde a educação prevalece acima de tudo, mas a cobrança vem na sequencia.

No domingo passado, estive, antes do jogo, no Parque do Ibirapuera em São Paulo. Fui com a minha esposa andar e tomar um sol e algo me chamou a atenção. A quantidade de camisas do São Paulo no corpo das pessoas. Mesmo o time, antes do jogo contra o Vitória, na vice lanterna do campeonato, a torcida foi as ruas mostrar seu amor ao time. Eu mesmo estava com a camisa! Os outros times, muito, mas muito poucas camisas pelo parque, mesmo em dia de jogo. A torcida comprou a briga, mas infelizmente, quem joga, são os jogadores que o Dorival Jr escala. A torcida, apoia, grita, cobra, xinga, reclama, lota estádio, compra produtos oficiais, mas não pode entrar em campo. Nem a diretoria ou o técnico podem, começa o jogo e quem tem que resolver são os 11 escalados pelo Dorival Jr. E é isso que foi cobrado, comprometimento para honrar uma camisa que representa 20 milhões de pessoas no Brasil e mais 5 milhões pelo mundo, como a Torcida Independente disse em seu manifesto publico.

Uma coisa, no jogo contra o Vitória, foi clara. O papo surtiu efeito. Ainda estamos longe de um futebol maravilhoso, de toque de bola, de passes, de lançamentos, de perigo ao gol, mas o São Paulo foi diferente, mais brigador, com mais vontade. Ponto até para o criticado Cueva, que entrou bem no 2o tempo e fez o gol da vitória. Militão, Arboleda, Petros, Prato, raça pura. Jr Tavares, voltou a jogar bem, talvez sua melhor partida. Talento tem, falta confiança! Raça, se viu isso no jogo, não se pode negar.

Agora é esperar o Corinthians. Uma vitória eleva o moral, uma derrota, voltam as críticas, cobranças e desconfiança da torcida. Vitória tira o São Paulo do Z4, mas não nos afasta. A missão agora é essa, afastar da Zona para depois tentar uma vaga para a Sulamericana, o que para esse ano, seria um titulo a ser comemorado. Infelizmente!

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova). Me siga facebook.com/plannerfelipe