Amigos tricolores.

Muitos de nós vimos times quase imbatíveis do São Paulo. Temos idades diferentes, muitos viram, outros, não: Menudos do Morumbi, Pedro Rocha e Gerson, o São Paulo FC de Telê Santana, Tricampeão com Muricy Ramalho. Isso para citar os mais recentes de 1970 para cá. Vimos times horríveis como o de 2003 de Oswaldo de Oliveira, por exemplo, mas foi um pequeno lapso, uma vez, que em 2004 Cuca montou a base para no ano seguinte, com Leão e Paulo Autuori darem sequencia e ganharmos tudo. Veio 2006, 2007 e 2008 com Muricy e parece que uma maldição caiu no Morumbi. São quase 10 anos do nosso ultimo titulo importante. Ok, em 2012, Sulamericana, invicto, mas sejamos sinceros, o São Paulo Futebol Clube é time de disputar Paulista, Copa do Brasil, Brasileiro, Libertadores e Mundial. Resto é torneio caça-níquel que até podemos disputar, mas a torcida fica feliz com título importante. Quem conta Copa Caninha 51 como mundial e Torneio de Verão como mundial, são times desesperados por ter aquilo, que o São Paulo já ganhou em campo diversas vezes.

Ultimamente só comemoramos, de forma tímida, títulos da base, como a Libertadores de 2016. Dizendo que o time estava endividado, nosso querido Leco, vendeu as joias da base, desmontou aquele time, que se bem treinado e com tempo, colocando alguns jogadores mais experientes entre eles poderia dar muitas glórias. Em 1985, por exemplo, quem era Muller, Silas, Sidney? Juntou com Careca, já experiente e com uma “Copa nas costas”, Falcão, fim de carreira, gênio e experiente, Gilmar, Oscar com sua experiência dos EUA e um jovem meia uruguaio contestado que virou um dos maiores zagueiros da história: Dario Pereyra. Um pouco de paciência com a “molecada” mescla com experiência e pronto, formado, o que eu considero, o maior time que o São Paulo já teve, os “Menudos” questão de opinião claro, uns concordarão, outros não. Fico imaginando se esse time tivesse jogado mais 2 ou 3 anos juntos e nas mãos do Telê… enfim, cada momento, um momento.

Feita a introdução, percebam que o São Paulo passou por diversos ciclos e sempre voltando por cima. Década de 1980, ganhou muita coisa, o time foi desmontado, Telê montou outro e no início da década de 1990 ganhamos tudo nos primeiros 3 anos da década. E batemos na trave em 1994 com o Tri da Libertadores e por que não do mundo?? Saiu Telê, vários jogadores, 1995 e 1996 reformulação e em 1997 chegamos a uma final, 1998 campeão, 1999 outra final, 2000, campeões. Amargamos um jejum até 2005, mesmo em 2003, disputando finais. Em 2004, fomos 3o na Libertadores,

E agora? Comemoramos a saída do Z4, comemoramos saída de jogadores. Até contusão de jogador é motivo de comemoração, comemoramos queda de técnico como se fosse título! Mas calma! Vamos voltar ao conceito do futebol, onde se comemora vitórias e títulos. O São Paulo tem uma história de sucesso, linda, um passado cheio de glórias! Passamos 13 anos sem titulo com um propósito, construir a nossa casa, mas hoje, estamos há 10 anos e parece que com outro propósito: destruir a nossa casa.

Desde a saída do saudoso Marcelo Portugal Gouvêa, que o São Paulo não tem comandantes de peso e que conhecem futebol. Juvenal Juvêncio, que Deus o tenha, foi péssimo para o São Paulo. Mania de grandeza endividou o São Paulo com reformas caras, jogadores ruins a peso de ouro e má gestão.

JJ ainda colocou Aidar. Histórico da família era ótimo, seu pai, Henry Aidar, foi um grande presidente, ganhou títulos com o São Paulo, mas Carlos Miguel, foi um desastre, expulso do cargo onde a maioria dos mais de 20 milhões de tricolores já sonharam estar.

Leco era o substituto natural, seu vice. Veio, fez algumas coisas boas nas finanças e na estrutura do clube, mas para o time, só deu tiro no pé. Manteve Gustavo Oliveira, Athaide Guerreiro ao seu lado, nunca mostraram competência, mantidos. Vieram Kieza, Centurion, Chavez, Jonathan Cafu, Cañete, Clemente Rodriguez, Piris, Negueba e por ai vai. Jogadores que todos já sabiam que não dariam certo no São Paulo, mas vieram. Isso é gestão? Nada conta a pessoa do Gustavo Oliveira e agora do Pinotti, não colocaria em xeque sua credibilidade, mas sim, sua competência como homens do futebol.

Pintado conhece 100 vezes mais de futebol do que esses 2, mas foi demitido porque Pinotti não quer uma pessoa entre ele e os jogadores, ele faz a gestão, ele tem o “time na mão” como gosta de dizer. Dá para ver mesmo, Cueva, Renan Ribeiro, Rodrigo Caio, Jr Tavares e Jucilei caindo de produção, Cicero afastado, Gilberto querendo sair do time. Tem na mão, está sob controle, pena que na nossa visão, esse controle será direto para a série B.

Vou torcer, vou gritar, nunca abandonar o São Paulo, acreditar até o apito final do ultimo jogo do campeonato! Vou ao estádio, vou torcer onde e como der, mas infelizmente, a torcida, que está fazendo um papel memorável, não entra em campo e dependemos ainda dos jogadores que lá estão, mesmo que 90% deles não tenham a menor condição de vestir a camisa do São Paulo!

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova). Me siga facebook.com/plannerfelipe