A rotatividade do elenco do São Paulo tem sido apontada como uma das maiores causas da crise técnica que o deixa na penúltima posição no Brasileiro. De fato, um levantamento do blog no elenco são-paulino mostra que quase metade do grupo chegou com a temporada em andamento. Se comparado com o time do ano passado, a alteração é ainda mais radical.

Dentro do Conselho de Administração do São Paulo, há a opinião de que as trocas constantes têm, sim, afetado o rendimento do time no Brasileiro. O entendimento é que o clube formou um novo time para este ano em relação a 2016, e depois uma terceira equipe durante a temporada.

O site do São Paulo registra 36 jogadores em seu elenco. Levantamento do blog mostra que 22 só chegaram para o time em 2017, seja no início ou no meio da temporada, incluídos os atletas da base promovidos. Ou seja, a diretoria fez uma renovação de 61% no time de 2016.

O então técnico Rogério Ceni já tinha, portanto, de montar uma base inteira para o ano. Mas, em seguida, a diretoria promoveu um ciclo de vendas de jogadores para cobrir buracos nas finanças que chegou a casa de R$ 181 milhões. E, depois, começou a contratar para fechar os espaços.

De novo, levantamento no site do clube mostra que 14 dos jogadores do time chegaram durante a temporada, isto é, 39%. Com exceção do gol e das laterais, todos os setores foram afetados. O ataque, por exemplo, só tem um atleta que já estava no grupo profissional na temporada de 2016: Gilberto. No meio, são três em 12.

Em entrevista ao UOL, o ex-auxiliar de Rogerio Micheal Beale ressaltou que trocas nesse nível afetavam o trabalho para formação de um time. E deu a entender que a comissão técnica sequer era avisada.

Em reuniões recentes, o diretor de futebol Vinicius Pinotti já argumentou a conselheiros que assumiu o futebol em abril e portanto é a partir dali que começou a implantar seu trabalho. Mas a troca constantes de diretores, vices e executivos de futebol no São Paulo é uma tônica desde o meio do ano passado. De fixo no clube só o presidente Carlos Augusto Barros e Silva.

Assim, membros do Conselho de Administração do São Paulo entendem que o time está eternamente em formação, seja nas mãos de Rogerio, seja agora com Dorival Jr. E, por isso, não rende.