Meu maior ídolo…

Meus anos de torcedor de arquibancada do tricolor aconteceram, principalmente, durante a década de 1990.

Inegável, portanto, que tenha como maior ídolo, o aniversariante da semana, o inesquecível Raí.

Sua chegada ao tricolor veio em meio de certa desconfiança.

Após um começo, apenas razoável, no Botafogo de Ribeirão Preto em 1984, Raí ganhou destaque da mídia por ser irmão de Sócrates, capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982.

Contratado pela Ponte Preta, durante uma temporada, seu retorno a equipe de Ribeirão Preto foi um claro sinal que Raí não passaria de irmão de um jogador famoso.

Novamente no Botafogo, Raí fez um bom campeonato paulista e voltou a mídia, desta vez como um jogador promissor.

Não há como negar, no entanto, que este grau de parentesco foi decisivo para sua contratação junto ao São Paulo.

No passado, seu irmão Sócrates estava com toda sua contratação, junto ao Botafogo, acertada pelo São Paulo.

Naquela oportunidade, o presidente do alvinegro paulistano, Vicente Matheus, fez uma manobra, de ética questionável, e levou o Doutor para os campos da fazendinha, em feito, até hoje citado com orgulho por seus torcedores.

Bem, cada torcida se orgulha daquilo que lhe cabe.

Pois bem, na vez de Raí, os dirigentes tricolores se cercaram de todos os cuidados e trouxeram o meio campista sem que houvesse qualquer chance de nova manobra.

Após um período de adaptação, em que conquistou “apenas” um campeonato paulista e um vice-campeonato brasileiro, em 1989, Raí passou a se tornar a grande referência de uma das maiores equipes da história do futebol mundial, o São Paulo de Telê.

Telê chegou ao São Paulo em 1990 e passou a usar Raí como grande referência de sua equipe.

Ao contrário do que aconteceu com seu irmão Sócrates, com quem Telê disputou duas Copas do Mundo, sem que as conquistasse, a dupla Telê e Raí ganhou tudo no tricolor.

Apenas para citar as competições mais conhecidas, foram dois Campeonatos Paulista, em 1991 e 1992, um Brasileiro em 1991, duas Taça Libertadores, em 1992 e 1993 e um Mundial Interclubes em 1992.

Os gols na final frente ao Barcelona em 1992 foram seu ápice, o segundo então: http://www.youtube.com/watch?v=gP3h9-o3wWU

Contratado pelo Paris Saint Germain, onde se tornou um dos maiores jogadores da história da equipe francesa, Raí voltou para disputar a final do campeonato paulista de 1998, frente os alvinegros paulistanos.

Resultado?

O óbvio

Gol, vitória e título para o tricolor.

Deixou de desfilar sua arte em campo em 2000, com mais um título paulista.

Raí é e foi, acima de tudo, um extrato do melhor que o futebol brasileiro e mundial já produziu.

Por: José Renato Santiago