Texto de autoria de Rafael Albuquerque, blogonauta que enviou seu texto ao Blog.

Artigo 124    Os membros da Diretoria Executiva serão contratados do SPFC, dentre profissionais que tenham notório conhecimento em suas respectivas áreas de atuação.

Qual o notório saber do senhor Pinotti em futebol? Assistir jogos, cornetar, torcer, todo mundo faz. Ele tem cursos de administração esportiva? Quais os conhecimentos dele em tática, psicologia esportiva, fisiologia, preparação física,  legislação esportiva?

Não questiono o amor dele pelo São Paulo, sua idoneidade, sua vitoriosa carreira profissional. Mas posso questionar  a sua escolha para o cargo mais importante do futebol e se ele tem os requisitos exigidos pelo artigo acima citado. É evidente, que contando com um conselho em sua maioria formada por gente omissa, qualquer justificativa estúpida  será aceita e Pinotti continuará, mesmo que com pouco tempo no cargo, tenha dado motivos para demissão.

Para começo de conversa, até hoje não foi pago totalmente o empréstimo contraído pelo clube para a compra de Centurion, nem divulgado os juros, o total de prestações dessa negociação. E pelo menos pra mim, é um conflito de interesse um dirigente emprestar dinheiro ao clube.

Outra coisa negativa é Pinotti recusar o salário previsto no estatuto. É muita incoerência pregar uma gestão profissional e ter um dirigente com atitudes do século passado. Tudo isso passa a impressão de que a vaga lhe foi dada por gratidão por ajuda na campanha, não por suas supostas qualidades.

Pinotti se destacou no Marketing e teve como ponto alto a despedida memorável de Rogério Ceni, de quem ficou próximo. Passados 3 meses, é provável que tirando Leco e alguns aspones, todos querem a sua saída. Isso foi agravado pelos relatos da reunião do CD em que Pinotti disse que Rogério Ceni não deixou legado algum.

Rogério em que pese seus erros, foi prejudicado pelas vendas de alguns jogadores e a contratação de outros sem a devida qualidade, como Denílson, Edmar e Marcinho. Todos diziam que Pinotti fez de tudo para manter Ceni e depois não só o trai, como o responsabiliza por todo o fracasso da temporada?

Por mais competência que ele alega ter na gestão de pessoas, ele não mostrou ter jogo de cintura em lidar com uma classe peculiar como a dos jogadores de futebol. Outra coisa contraditória foi que Leco, na pífia entrevista dada a Casagrande, disse que Pinotti tentou segurar Ceni, mas não conseguiu lhe convencer do contrário. Ocorre que no diante dos conselheiros, Pinotti disse que por conhecer gestão de pessoas achou melhor tirar Ceni.

O SP em seus melhores momentos teve sempre um diretor de futebol forte e vitorioso, como foi Juvenal Juvêncio entre 84-88 e 2003-2006 e como foi o trio Kalef João Francisco, Márcio Aranha e Fernando Casal del Rey. Alguém vê a mesma força, o mesmo conhecimento de futebol, o domínio do vestiário visto nos nomes citados acima?

Infelizmente o maior clube das Américas, paixão de 20 milhões de pessoas virou um hobby, um presente de um jovem milionário. E o que restará desse clube quando o menino rico cansar do brinquedo?

Com a palavra,  Leco.

Rafael de Albuquerque

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