Antes de assumir o São Paulo em 19o lugar, antes da 13a. rodada, Dorival Júnior já tinha cinco experiências com equipes que dirigiu na briga contra o rebaixamento. Apesar de só ter fracassado e permitido a queda do Fluminense, salvo depois pelo caso Héverton, da Portuguesa, seu retrospecto na carreira mostra muito mais competência quando trabalha a parte tática do que a motivacional. Seus times têm dificuldade para deslanchar quando entram no atoleiro da zona da degola.

A primeira experiência foi bem sucedida. Assumiu o Atlético em 17o lugar, em 2010, depois de derrota por 5 x 1 para o Fluminense, no Maracanã. Terminou a campanha salvo, em 14o, com o número limite de pontos: 45. Mas demorou nove rodadas para conseguir tirar o Atlético do descenso.

Em 2013, Dorival Júnior assumiu o Vasco na sétima rodada do Brasileirão, em 14o. lugar. Entregou em 17o., na zona da degola, depois de 26 rodadas tentando evitar a entrada na parte mais baixa da tabela. O Vasco trocou Dorival por Adílson Batista e foi rebaixado.

Duas rodadas mais tarde, Dorival Júnior assumiu o Fluminense, na mesma campanha de 2013. Estava em 18o. lugar, com 36 pontos. Ou seja, precisava de dez pontos em cinco jogos para alcançar a pontuação que, historicamente, salva.

Fez três vitórias, um empate e uma derrota, exatamente os dez pontos necessários. Caiu mesmo assim, depois de vencer o Bahia, em Salvador, por 2 x 1. Com 46 pontos.

No Palmeiras, em 2014, assumiu na 19a rodada com o time em 16o. lugar. Passou um turno e ficou no mesmo lugar. Escapou com 40 ponos, 16a. posição, com empate por 1 x 1 com o Atlético Paranaense, no Allianz Parque, ajudado pelo fato de o Santos ganhar do Vitória, em Salvador. O Vitória caiu.

Em 2015, foi mais fácil. O Santos estava em 17o. lugar quando chegou, na 13a rodada. Em quatro jogos, tirou de  vez da briga para não cair. Terminou a campanha em sétimo lugar.

Neste ano, chegou ao São Paulo na 12a rodada, em 17o. lugar. Tirou do rebaixamento na 16a rodada e voltou a ela um jogo depois, com a derrota para o Coritiba, no Morumbi. Ao todo, o São Paulo já passou onze rodadas no descenso.

O risco do rebaixamento não é ampliado pela presença de Dorival Júnior. Existe porque o São Paulo contratou dezoito jogadores durante o ano e montou um time novo durante a competição. Dos onze titulares contra o Palmeiras, cinco chegaram durante o Brasileirão: Petros, Jucilei, Hernanes, Marcos Guilherme e Arboleda.

Esclarecimento – Este colunista NÃO disse que o São Paulo vai ser rebaixado. Houve um problema de comunicação durante o programa A Última Palavra, domingo à noite. Quando o apresentador Benjamin Back perguntou se o São Paulo ia cair, na minha opinião, o som picotou e só ouvi a parte da pergunta ”Sim ou Não.” Respondi sim, por julgar que ele estivesse chamando meu nome. Atendi ao chamado com a palavra Sim. Normalmente, nunca acho que o time grande vai cair. No caso do São Paulo, são só dois pontos para tirar do rebaixamento. Há tempo de sobra. O risco existe e é óbvio. Principalmente por remontar uma equipe no meio do Brasileirão. 

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