Prezados amigos do Blog,

Estive uns tempos longe do futebol por razões de emprego, estudos, viagem para fora do Brasil etc. Mas este espaço que o nosso anfitrião Zanquetta oferece foi, para mim, um dos mais equilibrados, organizados e apaixonados que consegui encontrar a respeito das peripécias do nosso Mais Querido São Paulo Futebol Clube, desde uns dez anos atrás. Na minha família convivo com todas as quatro grandes torcidas do estado, então brincadeiras e encheções são parte do dia-a-dia. Ganhamos de todos eles com um estilo de jogo muito pouco pretencioso, mas altamente competitivo e pragmático, durante anos. Nós consolidamos esse estilo vitorioso com as campanhas de 2005 a 2010. O São Paulo sempre jogou assim, talvez grandes exceções (no estilo de jogo) sejam o Cilinho e o Telê (aqueles que acompanharam o Tricolor antes, por favor, me corrijam se eu estiver errado). Atualmente, todo mundo joga que nem o São Paulo (ou pior) e ganha(!), e nós perdemos. Que inferno! Por isso volto aqui, porque os dias não estão bons para os são-paulinos. E, ao longo deste ano, convenci-me de que a nossa luta é contra o rebaixamento. Um saco, mas temos de reconhecer, afinal as bobagens foram muitas. A seguir, tentarei resumir minhas ideias para provar que, sim, vamos ter de aguentar zoação, mas temos condições de permanecer na série A, e ter fé que no próximo ano podemos conseguir algo melhor.

1º fator: o extra-campo.

A dinâmica da direção de futebol, e mesmo aquela do clube em geral, já foram extensamente analisadas pelo nosso anfitrião Zanquetta com muita prudência e paciência. Ou seja, em meio a uma crise política (que também assombra nosso país, mas nem tanto nossos rivais no futebol), nós, torcida, pagamos o pato. O que eu gostaria de dizer aqui é: se somos culpados, só pode ser por uma suposta “acomodação”, porque nos acostumamos a ganhar e, nessa lógica, negligenciamos a gravidade do problema. Mas, nesse ano, não é possível virem com a história dos “modinhas” que prejudicam. Os melhores jogos que a equipe fez chamou a torcida para o Morumbi, é verdade, mas mesmo em jogos menores durante o Paulistão e a Copa do Brasil e mesmo no Brasileirão, o pessoal está fazendo uma festa incrível, uma demonstração de amor que não é pouca coisa.  Ou seja, temos torcedores o suficiente para isolar o “problema modinha” (não dependemos deles).

O problema é que a contratação do Rogério Ceni para técnico foi um erro. Sobre isso, o que eu comento são duas impressões que tive. No início de 2017, pensei que a direção estava usando o Rogério como escudo, pois a incompetência do departamento de futebol teria “um anteparo” graças à presença de um ídolo ali no comando do time. Depois, passei a pensar em outra teoria: de que, na verdade, os diretores seguraram o Rogério, mesmo capengando após as três eliminações do primeiro semestre, para queimá-lo de propósito. Ele já demonstrou pretensões políticas dentro do clube e, como os conselheiros não gostam disso, tiveram a brilhante ideia de colocá-lo na fritura para ele se estrupiar sozinho. “Ah, agora é fácil você falar”. Pois é, já caiu mesmo, e quando ele chegou eu apoiei e sinceramente achei que tinha alguma chance por apostar num estilo mais ofensivo, mesmo pela renovação. Mas o fato é que foi um erro, e os motivos, como disse acima, foram bem repassados por este Blog ao longo do ano. Sobre a política de contratação/venda de jogadores, acho que o Blog também já deu muitos esclarecimentos ao torcedor de como o clube virou um balcão de negócios, algo que já deu errado antes nos nossos rivais (e eu pensava que estávamos livres disso).

2º fator: comando técnico

O treinador é o Dorival Jr. Minha sugestão é apoiá-lo incondicionalmente até o final do ano. Mesmo que as coisas estejam feias, será temerário correr atrás de outro técnico daqui para frente. Ele pegou o time sendo desmontado e assumiu com a pressão por recuperação. “Precisa de tempo, entrosamento, blá blá blá”. Já sabemos disso e, após esta janela de transferências de agosto, o que conseguimos contratar/vender de jogadores foi o que está aí. Tínhamos boas opções de técnico no mercado no final do ano passado? Não sei, mas o próprio Dorival Jr. estava empregado e com perspectivas para o Santos na Libertadores. Então, o cara não é ruim e tem a vantagem de prestigiar a base. Já tem experiência e pode ter bons resultados no Mais Querido Tricolor Paulista. Sugiro fortemente apoiá-lo, porque se ele sair não haverá boas opções (como por exemplo, na minha opinião, o Mano Menezes, que eu acho que vai ganhar a Copa do Brasil), a não ser um “milagreiro de plantão” ou algum desses treinadores que são especialistas em tirar times do rebolo, mas em clubes muito menos expressivos do que o São Paulo.

3º fator: em campo!

Futebol hoje em dia não tem time bobo, é um time por jogo, é ganhar de meio a zero, esquece esse negócio de bonito. Acabou a paciência da galera e uma sequência de vitórias é pra ontem! Então…vamos treinar o time para ter jogada de ataque, vamos escalar o time com inteligência a cada jogo, temos de ser dinâmicos. Obviamente sei que não dá pra ficar inventando a toda hora, precisamos de padrão e entrosamento. Mas o Dorival Jr. sabe disso muito melhor do que eu e já está tentando dar o entrosamento necessário, protegendo a defesa e passando confiança para os “cabeças” do time (Cueva, Hernanes, Pratto). Trocando em miúdos, o que eu acho: precisamos de resultados, então a armação do time vai ser jogar no contra-ataque. O Hernanes será muito marcado, o Cueva e Pratto também. Então, o meio precisa ser rápido e abrir jogadas para as laterais. Já deu pra perceber que com o Jucilei e o Petros juntos, ficamos muito lentos. Já ouvi sugestões de deslocar o Juça pra zaga, não sei se dá certo. Mas alguma inciativa precisa ter, por exemplo, sacar o Pratto e colocar o Gilberto (que tem mostrado vontade) no segundo tempo. O Maicossuel, se (e quando) voltar, seria esse companheiro de ataque para dar mais movimentação, ou algum outro que vá pegando ritmo com essa ideia. Isso é o que deu pra ver até agora.

Conclusão: vamos apoiar!

A torcida tem um papel: torcer! Se ficar pegando no pé, vai ser difícil porque o time está com a confiança lá embaixo. Construir demora, destruir é num piscar de olhos. Por isso que falei como foi importante o nosso papel até agora. Apoiamos e vamos continuar. Não podemos é nos iludir com G-6, Sul-Americana etc. É chegar 2017 em 16º, mais que isso é lucro. Triste, mas está muito difícil, não acho que seja pensar pequeno, é ser realista e reconhecer o clima pesado de hoje, o que tornará cada jogo uma batalha. Esse é o resultado do planejamento esdrúxulo, que gera um círculo vicioso de derrotas e quebra de confiança. Os únicos capazes de apoiar incondicionalmente somos nós! É claro, durante o jogo. Extra-campo, precisa ter muuuita cobrança, e terá! Este Blog já mostrou que acompanha de perto.

Vamos lá! Vamos lá, 5 vitórias e 15 empates (pára de perder, Tricolor)!

Um grande abraço a todos

Salve o Tricolor Paulista!

Alexandre Favaro Lucchesi