Foi surpreendente. Mas, o fato é que quem foi ao estádio Nílton Santos viu um dos grandes jogos do Campeonato Brasileiro. Um duelo de opostos, tanto em conceitos táticos quanto em processos de fazer futebol: um Botafogo que sabe de cor e salteado o que pretende num jogo, com trabalho contínuo e aposta na marcação e no contra-ataque; do outro lado, um São Paulo que já mudou treinador, não para de mudar elenco, ontem estreou Hernanes e que, mesmo assim, gosta de tomar iniciativa e atacar. A este São Paulo afundado na crise, um Botafogo que vencia por 3 a 1 até os 38 minutos do segundo tempo permitiu a virada por 4 a 3.

Muito já se discutiu sobre a vocação do Botafogo para ser o chamado “time reativo”, como se fala atualmente. Ou seja, a equipe gosta de marcar perto de sua área e criar espaços para contragolpear.

Neste sábado, foi este tipo de jogo que levou o time a andar perto de vencer. A questão é que o alvinegro, ao contrário do habitual, marcava mal o São Paulo e via a bola rondar sua área. Quando vencia por 3 a 1, o placar do jogo tinha um certo ar de exagero.

Jucilei, Petros e Hernanes, com a ajuda de Cueva, criavam superioridade pelo meio, colocando Rodrigo Lindoso e Matheus Fernandes em dificuldade na proteção à área. Por ali, Cueva criou a jogada do primeiro gol, em falha de João Paulo.

No segundo tempo, um São Paulo que já buscava mais jogadas em velocidade pelos lados após as entradas de Marcos Guilherme e Wellington Nem, terminou de minar a marcação alvinegra. O Botafogo tentou executar seu plano habitual, mas só funcionou o contra-ataque. A marcação para retomar a bola e proteger seu gol deixou brechas fatais.

Um jogo tão bom assim precisa de dois times que protagonizem bons momentos. E a partida premiou o mais ousado. Jogando até com seus zagueiros a partir da intermediária, o time de Dorival Júnior descontou com Marcos Guilherme, após um escanteio. Aos 40, empatou com Hernanes, após jogada de lado de campo em que quatro jogadores ocupavam a área do Botafogo. E, nos acréscimos, Cueva deu lindo passe através de uma linha de zaga já descoordenada do Botafogo. Marcos Guilherme virou o placar.

O GLOBO