Hoje, mais uma matéria saiu informando sobre queda de dívida no São Paulo. Será que é verdade? O balanço oficial diz isso mesmo?

Bom, vamos retornar um pouco no tempo…

Em 2015, o São Paulo tinha uma dívida de R$ 270 milhões oficialmente. Em 2016, o clube em seu balanço, foi informado uma elevação da dívida para R$ 285 milhões. 

Sim, em números, a dívida subiu em 5%.

Houve uma mudança relevante na tipologia da dívida. Dívidas de curto prazo diminuíram e as de longo prazo foram aumentadas. Ou seja, a dívida foi prorrogada.

A dívida com bancos caiu de R$ 130 mi para algo perto de R$ 90 mi mas aumentou dívidas com Pinotti de R$ 13 mi para R$ 33 mi. Na parte de tributos, subiu R$ 8 milhões e aderiu ao Profut, parcelando em 20 anos o tempo de pagamento da dívida.

Com base em postergações, alongamentos, adesões à programas, o Diretor Financeiro e Leco informam a todos que a dívida é de R$ 144 milhões. Notem, a dívida não é de R$ 144 milhões e isso é importante que fique claro. O que é desconsiderado pela gestão são: empréstimos bancários, a terceiros e aquisições de atletas atrasadas. Esta soma é que equaliza R$ 144 milhões na cabeça dos gestores e de Leco. Mas, no compto geral é de R$ 285 milhões ao final das contas e que estará no comparativo de 2016 para 2017.

Agora, a situação atual:

Até o final de Março, primeiro trimestre, o Diretor Financeiro do São Paulo, informou que o clube havia caído de R$ 144 milhões para R$ 114 milhões ao PVC em entrevista.

Link: http://pvc.blogosfera.uol.com.br/2017/03/22/sao-paulo-reduz-divida-para-r-114-milhoes-e-projeta-investimentos/

Até ali, não haviam sido contabilizadas vendas como as de Lyanco, por exemplo como ele próprio escreveu em sua matéria e o Diretor informou.

Então, vamos a algumas contas simples. Se de Março para cá, eram R$ 114 milhões e o São Paulo vendeu R$ 118 milhões em jogadores, lista abaixo, como a dívida HOJE informada é de R$ 90 milhões na matéria de hoje do UOL?

Ok, vamos descontar as compras, mas os números ainda não batem…

VENDAS

Lyanco, vendido ao Torino por mais R$ 20 milhões, podendo chegar a R$ 23 mi

Augusto Galván, vendido ao Real Madrid por R$ 9,7 milhões.

Rogério, vendido ao Sport seus 50% por mais R$ 3,5 milhões.

Ederson, vendido do Benfica ao Manchester City, São Paulo receberá R$ 2,1 mi como clube formador.

Luiz Araújo, vendido ao Lille, da França por R$ 30,3 mi

Maicon, vendido ao Galatasaray, Turquia, por R$ 25,2 mi

Thiago Mendes, vendido ao Lille, da França por R$ 33,9 mi sendo que o São Paulo tem 80% e receberá R$ 27,2 mi

COMPRAS

Maicosuel, comprado junto ao Galo por R$ 3,7 milhões.
Denilson, emprestado junto ao Granada, pagamento de R$ 80 mil junto ao Avaí para liberação.
Gomez, comprado por R$ 2,6 mi ao Independiente Santa Fé.
Arboleda, comprado por R$ 6,6 mi junto ao Universidad Católica.
Petros, comprado por R$ 9,2 mi junto ao Betis da Espanha (50%).
Aderlan Santos, empréstimo de R$ 3 mi junto ao Valencia da Espanha.

Hernanes, informação de empréstimo gratuito por Vinicius Pinotti e em nota oficial. Não contabiliza.

Marcos Guilherme, empréstimo com cessão de Léo ao Atlético PR, sem custos envolvidos.

Ao todo, em torno de R$ 25,2mi. 

Entre vendas e compras, um superávit de R$ 93 milhões de Março até Julho.

Mas, para o Diretor Financeiro do clube e para Leco, cai de R$ 114 milhões em Março para R$ 90 milhões em Julho tendo entrado no período um valor superavitário de R$ 93 mi? 

Detalhe: a matéria do UOL informa que isso foi apresentado formalmente no Conselho de Administração. Como isso pode ser possível?

As contas do clube, tal qual foram divulgadas por Leco terem tido redução de dívida em Setembro de 2016 e terminou o ano pedindo empréstimo a banco no final do ano com reunião extraordinária no Conselho, é um episódio que passou batido a muitos. Veja a matéria aqui:

http://www.lance.com.br/sao-paulo/crise-reduz-divida-quase-pela-metade-quer-2017-gordo.html

Ainda havia a promessa de um 2017 gordo. E no final, não tinha dinheiro para comprar nem o Colmán que custava R$ 3 milhões em Janeiro. Somente após as vendas sequenciais é que apareceu o capital para se gastar. Ou seja, como acreditar?

Mais ainda, na candidatura, Leco informou que a dívida caiu. E não é verdade.

Informou que tinha R$ 35 mi em patrocínios, a mentira se desfez logo depois.

Hoje, me pergunto…onde estão os outros milhões do clube após as vendas que não nessa conta apresentada ao Conselho Administrativo?

Por que nossa dívida não acaba? Por que a previsão era de gastar R$ 60 mi em vendas, vendemos quase R$ 200 milhões e não vemos isso representado nas contas?

Alguém explica?

Cadê o dinheiro do São Paulo???

E ainda vejo gente comemorando matérias sem qualquer noção do que está por trás.

OBS: Eu tenho em mãos o balanço de Abril e também não aparecem esses números como são divulgados. O que é verdade, então?

Chega de engodo!

Alexandre Zanquetta