Se tem um ex-jogador que ama o São Paulo, seu nome é: Pintado!!!

O mês era Março de 2016.
O São Paulo havia demitido Milton Cruz, depois de mais de 20 anos de serviços prestados ao tricolor e chamado Pintado, então técnico do Guarani, para assumir seu lugar. Pintado não pensou muito para aceitar a sua volta ao seu querido São Paulo FC. E nem precisava, um filho não nega a volta para casa!

Pouco depois da sua chegada, eu tive a oportunidade de entrevistar Pintado para o livro do Telê Santana. Tudo começou com uma ligação minha para esse sujeito humilde e apaixonado pelo clube.

Já no telefone ele me disse “cara, você quer que eu fale do Sr. Telê? Posso começar a chorar agora?” com um tom bem humorado, claro. Então disse que ia piorar a situação, pois ele escreveria o prefácio, uma vez que Raí, não poderia, eu tinha pensado nele, pelo amor que ele tem pelo São Paulo e “Sr. Telê” como ele chama até hoje.

Raí, como descrevo no livro, foi o grande parceiro de Telê dentro de campo, foi o grande ídolo e símbolo daquele time campeão, nada mais justo que ele ser o responsável pelo prefácio, mas pelo seus compromissos fora do país ele, educadamente, declinou. Coube a Pintado a missão, que a fez com maestria, diga-se de passagem.

Quando entrevistei Pintado, algo me chamou muito a atenção. Ele falava com os olhos cheios de esperança sobre o tricolor. Sempre apontava o campo, dizia o que tinha vivido ali, do que precisou fazer para convencer Telê de que ele era jogador para o São Paulo, das histórias de bastidores, de como o mestre era e o que ensinou a ele.

Sua história no São Paulo é de superação! De “descartável” se tornou homem de confiança de Telê. Em 6 meses pulou de negociável para líder em campo! Se precisasse dar porrada no Zetti Raí, Ronaldão, Muller, Pintado daria. Tudo pelo bem do time, mas nunca foi necessário.

O jeito briguento era dentro de campo, onde defendia as cores do tricolor. Aliás, vale ressaltar que poucos como ele amaram tanto o São Paulo dentro e fora de campo! Fora dos gramados, é um sujeito calmo, engraçado e amigo de todos. Ele foi negociado com o México, logo depois do primeiro mundial, 1992, uma pena, pois deveria ter ficado mais no tricolor!

Por mais de 1h conversamos com Pintado, naquele domingo ensolarado. Ao fim da entrevista, Pintado, com olhos cheios de lágrimas, disse que ele devolveria ao São Paulo tudo o que o time havia lhe dado. Isso emocionou a mim e ao pessoal da Editora Inova (editora do livro).

Saímos do CT do São Paulo com a certeza de que o São Paulo tomaria um rumo de vitórias. E de fato isso ocorreu na Libertadores, onde de time que sairia na 1a fase, fomos o time Brasileiro que chegou mais perto da final, perdendo para o Atlético Nacional, os Colombianos que se sagraram campeões. Aliás, sina do São Paulo, se um time perde para nós na Semi final, fatalmente será o campeão.

Conversei com outros jogadores sobre Pintado. Ao falar do nome dele, o sorriso em seus ex-companheiros como Muller, Raí, Zetti, Ronaldão, Caio, Juninho saia fácil. Quem estuda linguagem corporal (como publicitário eu estudo) sabe que isso é um sinal de quando a pessoa é boa e faz bem para todos.

Ronaldão me disse que seu apelido era “Guerreiro” como ele carinhosamente chama Pintado até hoje, como me disse. Zetti riu só de falar do Pintado, dizendo ser um grande sujeito. Caio, Muller e Juninho foram na mesma onda. Ou seja, tudo o que acreditávamos que Pintado era, foi confirmado. O São Paulo precisa valorizar esses caras e não esses come-dorme que só querem saber de salário.

Wesley, por exemplo, jamais jogaria no time do Telê, a começar que Pintado iria lhe dar umas porradas, mas hoje, sua função, infelizmente, não permite que isso seja feito. Mas como faz falta um Pintado no time… Lugano tem um perfil parecido, mas é mais político.

Eu me tornei ainda mais fã de Pintado depois do livro. Tenho o WhatsApp dele e sempre que posso mando uma mensagem, não mando muito para não incomodar, não somos amigos, mas o respeito demais. Por 2 vezes fui no CT e ele me recebeu com aquela alegria de sempre. Por mais que em campo, ele tivesse aquela “cara de mal” no dia a dia você só o vê sorrindo.

Enfim, toda essa introdução para defender o que estão fazendo com ele. Essa ideia de mandá-lo para Cotia não caiu bem para a torcida, que está ao lado do “Guerreiro”. Participo do grupo de WhatsApp do grande Carlos Port (Programa Opinião Tricolor, AllTV as 5as feiras a partir das 20h) onde postaram uma foto de um depoimento de Pintado (abaixo) em que ele fala da sua lealdade junto ao Rogério. Depoimento ao jornalista da ESPN e Rádio Bandeirantes, Jorge Nicola. Em poucos minutos o grupo inteiro apoiando Pintado e dizendo o quanto confia e sabe da integridade dele. Caras que conhecem bem ele, que conviveram desde o tempo de jogador e convivem até hoje no CT.

Ouvi Dorival Junior no programa 90 Minutos, comandado por José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, não apenas elogiar a pessoa do Pintado, como também, dizer que essa função se torna muito importante pois ele fará algo que o São Paulo nunca teve, a integração de Cotia com o CT, onde os mais promissores jogadores poderão ter ainda mais chances no time principal.

Quem sabe agora o plano do SPFC em ter um time sustentável, com a base mescalada com alguns jogadores mais experientes não saia do papel? Esse era o ano para juntar David Neres, Lucas Fernandes, Militão, Foguete, João Paulo, Luiz Araújo, Tormenta com Renan, Maicon, Lugano, Pratto, Cueva. Em 2017 não ganharíamos nada, mas 2018 o time, entrosado, seria um esquadrão, mas Leco vendeu todo mundo….

Pintado já disse na mídia que aceita o novo cargo se for para ajudar o São Paulo. Isso mostra como ele é, ama o São Paulo, que ainda é dirigido por quem não ama o São Paulo e por isso estamos nessa. Pintado precisa ser respeitado por tudo o que fez no São Paulo e ainda fará. Ama o São Paulo, entende do mundo do futebol e é querido pelos jogadores. Ele precisa estar ao lado de Dorival Jr para que o São Paulo volte a ser forte.

Por fim, quero deixar aqui meu apoio ao Pintado e dizer que essas palhaçadas da imprensa corinthiana dizendo que ele traiu o Rogério Ceni não passam de bobeiras escritas por pseudo-jornalistas que só ganham audiência com mentiras! Os São Paulinos de verdade estão com Pintado! Espero que a diretoria também, mas como eu disse, quem está com Pintado são os “São Paulinos de verdade”!!!

Quer saber o que Pintado falou sobre os bastidores daquele timáço que o São Paulo teve entre 1990 e 1996? Compre o livro sobre a melhor época do SPFC!!

Felipe Morais