O São Paulo de Friedenreich Dino Sani, Canhoteiro, Pedro Rocha, Chicão, Pintado, Lugano, Mineiro e tantos outros conquistava títulos em competições de mata-mata e vencia clássicos com autoridade. Eram equipes com perfil guerreiro em campo e jogavam com raça. Os jogadores intimidavam os adversários com autoridade e doses de malandragem. Não havia inocência dentro do gramado, a nutellagem não existia.

É o maior vencedor de títulos internacionais no Brasil, porque sincronizava perfeitamente técnica com aguerrida intensidade. Claro, não desmanchavam o time duas vezes por ano como Leco apregoa e faz. Dessa forma, os jogadores adquiriam identidade Tricolor. Hoje, além do futebol fraco de vários atletas, falta sangue nos olhos. Apagaram o espírito guerreiro e malandro em campo. É preciso resgatar isso, pois dentro do São Paulo ser bonzinho se tornou parâmetro.

A inocência do clube e a exaltação do 100% certinho no gramado fez o São Paulo perder inúmeros clássicos e mata-matas por falta de postura vencedora. Há quem considere carrinho como violência; os dirigentes de gravatinha enxergam assim. O São Paulo é inofensivo, não mete medo em ninguém. Falta esperteza, não adianta uma barreira ou faz falta de segurança para matar um contra ataque. O time é sonso. Na atual gestão vemos a coroação do modelo fair play perdedor, nada aconteceu no pós 6×1.

O artifício do anti-jogo é praxe no futebol em todo o mundo. Desestabilizar os principais jogadores adversários não é pecado. Dentro das quatro linhas a catimba, faltas e intimidação são ingredientes do futebol bem disputado na busca por vitórias. Para superar o Z-4 e grandes jogos, tais artifícios são recursos necessários dentro das regras. Menos fair play, mais São Paulo raiz nesse clube.

Se por um lado indagamos onde foi parar o time da fé e forte na peleja, também a falta de intensidade vem de cima. Os mandatários são arrogantes, ditadores, inseguros, inativos e inibem a criatividade aliada ao surgimento de lideranças. Os funcionários e os jogadores tornaram-se profissionais engessados, porque ouvem “a diretoria não tem nenhuma responsabilidade” do seu presidente.

Pobre Leco, superando o trágico Aidar e perpetuando a arrogância burra. Não sabe se portar em coletiva de imprensa – pensa estar falando aos seus pares de terno, exaurido de empáfia. Os dirigentes do São Paulo se escondem atrás de ídolos e contratações de peso sem assumir responsabilidades. Desde a subida do Leco ao poder em 2015, o time tem aproveitamento de 47,5% – Rogério saiu com 49,5%.

Agora todos estão conhecendo a face verdadeira. Acreditaram na conversa fiada do Lecão da Massa. O brasileiro tem uma vocação para acreditar em gente de caráter inferior. Há uma dificuldade enorme para enxergar que estão sendo enganados e mudar. Precisam tomar vários tombos para acordar. Leco é o primeiro presidente remunerado de clube grande com diretores assalariados e levou o time à vice-lanterna. Lição: nunca acreditar em discurso de salvadores da pátria, pois o charlatanismo é velho, mas o olhar dentro dos olhos é revelador.

A transformação do São Paulo em time de aluguel e asilo de refugos fez o clube atrair jogadores fracassados, interessados em transferências – verdadeira catapulta de medíocres. Alguém está faturando alto, o clube não. Perdeu-se toda a identidade de time grande. Até então somente Ituanos e afins faziam isso. Como cobrar intensidade de jogo e espírito guerreiro quando o troféu almejado pelo maior clube vencedor do país passou a ser cifrão em lugar de taça!?

Dorival, seja bem vindo, toda sorte a você e uma sugestão: se possível, troque a chave do portão do CT do clube não permitindo a aproximação e interferência da dupla Lero & Pinóquio que desconhece futebol. O São Paulo precisa urgentemente de um coordenador de futebol. Leco, se afaste ou se retire.

Torçamos para os novos reforços atingirem um nível de competitividade, despertando quem joga com potes de Nutella ou Nesquik na mão. Saudade do São Paulo da Revolução de 1932; da moeda que caiu em pé; da construção do Morumbi; dos guerreiros do primeiro Brasileiro; da máquina tricolor nos anos 80; dos menudos do Morumbi; do eterno Telê Santana; do time cascudo de 2005. Que tempo bom, que voltará.

Wender Peixoto
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