As eliminações na Copa do Brasil, no Paulistão e na Sul-Americana, e o mau início no Campeonato Brasileiro levantaram dúvidas sobre a permanência de Rogério Ceni no comando do São Paulo. Mas em nenhum momento passou pela cabeça da diretoria demiti-lo. É o que garantiu o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, que, por outro lado, admitiu: outro técnico já teria saído.

– Ele (Rogério) é um cara absolutamente diferente na história do São Paulo. (O trabalho) É muito bem feito, bem intencionado, muito bom. Os resultados nesse primeiro momento não vieram, mas acreditamos muito no que está acontecendo e achamos que temos de prestigiar e dar toda condição para isso se resolver. Naturalmente, com três eliminações e essa situação, o técnico já teria ido embora. Esse é o natural. No caso dele, não se cogitou. Em nenhum momento – disse. Leco.

Ao contrário dos antecessores, há multa rescisória no contrato de Ceni, que vai até dezembro de 2018. Leco confirmou que ela depende do desempenho da equipe. A meta estipulada, sugerida pelo técnico, é a média dos aproveitamentos de Juan Carlos Osorio (51%), Edgardo Bauza (46,5%) e Ricardo Gomes (42,5%).

Ou seja, se o São Paulo quiser demiti-lo com aproveitamento de pontos superior a 47%, tem que pagar a ele R$ 5 milhões – o valor cai pela metade no ano que vem. Mas se o percentual for inferior, a rescisão ocorre sem custos.

Atualmente, o aproveitamento de Rogério Ceni no comando da equipe é de 50,9% (36 jogos, 14 vitórias, 13 empates e 9 derrotas).

De acordo com Leco, essa também foi uma sugestão do treinador em razão da eleição que ocorreria em abril – o presidente acabou reeleito em disputa com José Eduardo Mesquita Pimenta, hoje membro do Conselho de Administração. Ele queria a segurança de não ter seu trabalho interrompido por uma mudança de comando político.

 – Foi um ajuste que fizemos a partir de uma colocação dele: “Se o senhor perder a eleição, espero que não aconteça, posso enfrentar outra estrutura, e tenho um projeto de trabalho que discutimos exaustivamente e no qual eu confio”. Não foi uma imposição. Tudo o que consta no contrato dele foi discutido comigo, e muito. E aceito. Tudo – explicou Leco.

O presidente tem recebido algumas pressões internas, não necessariamente para demitir Ceni, mas de preocupação com os insucessos da equipe.

– Recebi um telefonema de um querido conselheiro, que disse: “Fica firme, aguenta, isso passa, não sei o quê, só que nosso limite são cinco jogos, hein?!” (risos). Então estamos no limite. E temos dois jogos tão difíceis, né? – indagou, sobre as partidas contra Flamengo e Santos, nos dois próximos domingos, ambos fora de casa.

GE