O São Paulo tentou resistir, mas acabou vendendo o volante Thiago Mendes para o Lille, da França. O negócio foi fechado nesta sexta-feira por 9 milhões de euros (cerca de R$ 34 milhões) – 1 milhão de euros desse total será pago se o jogador atingir metas futuras.

No começo de junho, na época da transferência do atacante Luiz Araújo, faltou pouco para Thiago Mendes ir para o mesmo clube. O valor oferecido anteriormente pelo Lille – 7,5 milhões de euros – não agradou ao Tricolor.

Por causa de um pedido do técnico Rogério Ceni, uma parte da diretoria são-paulina não queria vender Thiago Mendes e conversava com o jogador para convencê-lo a permanecer – outra parte da cúpula era a favor do negócio.

Mas o volante de 26 anos nunca escondeu o sonho de atuar na Europa, o que foi decisivo. Além da condição financeira melhor, o jogador também foi atraído por um contato do técnico do Lille, o argentino Marcelo Bielsa.

– Foi uma escolha minha. O Leco (presidente) e o Pinotti (diretor de futebol) fizeram de tudo para a minha permanência. Tive todo o apoio deles e do Rogério, mas queria jogar na Europa. Agradeço ao São Paulo e por todos que sempre me ajudaram nesses três anos de casa – disse Thiago Mendes em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, no CT.

– Não podemos manter um atleta aqui que está com o foco lá fora. Chegamos a um valor bom para ambas as partes. Queremos contar com atletas que estão com a cabeça aqui. Não estou fazendo julgamento de valor, apenas deixando muito claro – completou Vinícius Pinotti.

Thiago Mendes renovou contrato recentemente com o São Paulo até 2021 – 80% dos direitos econômicos pertenciam ao clube, 20% a um grupo de empresários.

Nesta semana, o zagueiro Maicon, jogador mais próximo ao volante no elenco tricolor, foi vendido ao Galatasaray, da Turquia.

Somente em 2017, o São Paulo negociou David Neres, Augusto Galvan, Lyanco, Luiz Araújo, Maicon e agora Thiago Mendes. Contando valores já recebidos mais bônus e metas, o clube soma em torno de R$ 148 milhões a arrecadar.

Entretando, o Tricolor vive uma fase ruim dentro de campo: à beira da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, não vence há cinco jogos. Além de turbulências políticas recentes, o último título conquistado foi a Sul-Americana de 2012. Essa situação poderia facilitar a saída de jogadores?

– Acho que não. Facilitaria se o elenco não estivesse acreditando no trabalho que está sendo feito. Os jogadores gostam do Rogério, do método de trabalho que está sendo feito. A situação nossa é passageira, a posição na tabela é circunstancial. (As saídas) Têm a ver com o projeto pessoal de cada jogador – opinou Pinotti.

 GE