Está difícil para o São Paulo reagir na temporada. A derrota para o Atlético-PR em Curitiba aumentou a série negativa da equipe para quatro partidas e acumulou ainda mais críticas e incertezas sobre o elenco tricolor. Rogério Ceni está à frente de toda essa situação, admite dificuldade em encontrar um rumo diante de uma metamorfose do grupo em meio ao Campeonato Brasileiro, mas tenta se apegar a algumas teses para passar confiança e esperança ao torcedor são-paulino.

“As preocupações são pelas mudanças, já que até antes da chegada do Jonatan tivemos muitas trocas com saídas e chegadas. É difícil manter uma ideia de jogo com essas trocas. Não é das coisas mais fáceis, mas vamos trabalhar para adaptar em um novo sistema com os atletas que temos hoje”, explicou o técnico, antes passar suas primeiras impressões sobre o meia argentino que assinou contrato nessa quarta com o São Paulo.

“Falei com ele por telefone. Tem boa intensidade de jogo. Um negócio que, segundo o São Paulo, valeu a pena financeiramente. É o único que posso falar. Eu vi e gostei bastante”, avisou Ceni, tentando evitar um excesso de lamentações que possam parecer desculpas pelos resultados não obtidos, sem que isso no entanto, esconda a realidade do dia-a-dia.

“Normalmente, as equipes que ficam com elenco por mais tempo, a tendência é que fiquem com um conjunto melhor. Mas tem a necessidade, temos de entender. Tem que colocar a parte financeira em dia. Não acontece de um dia para o outro o jogador entrar na equipe e as coisas acontecerem. Depois do Fluminense vamos ter uma semana de trabalho para ajustar”, projetou.

E diante desse cenário de chegadas e partidas, Rogério Ceni se mostrou mais empolgado com apostas pessoais do que com aqueles atletas que já devem vestir a camisa em outro nível de perspectiva, como os casos de Petros, Matheus Jesus, Robert Arboleda e o próprio Jonatan Gómez.

Nesse ponto, Denilson e Brenner ganham moral e podem ter sequência. Na Arena da Baixada, apesar do clima hostil e o placar adverso, Ceni não se furtou da oportunidade de promover as duas estreias, e aprovou ambas, principalmente a do jovem Brenner, que tem apenas 17 anos, é cria de Cotia e nunca havia atuado entre os profissionais.

“O Denilson estreou, o Brenner apostei nele, é um menino de talento. Gosto de trabalhar com os meninos da base, o elenco não é pequeno, é grande para se trabalhar. Mas vamos com todas as dificuldades. O mais importante é que o time mostrou um grande futebol e potencial para conquistar as vitórias futuras. Isso é o mais importante para mim. Eu vejo um time em fase de crescimento e mais opções para colocarmos em prática contra Fluminense, Flamengo e Santos”, comentou.

Denilson, ex-Avaí, substituiu Cícero no intervalo da partida e modificou completamente o jeito do São Paulo se portar e campo. Já Brenner foi utilizado em um setor de grande responsabilidade a partir dos 30 minutos do segundo tempo, quando Ceni sacou Cueva do jogo.

“(Brenner) é um jovem de 17 anos e que se destacou na base com 28 gols em 11 jogos. Treinou conosco, gosto de promover esse intercâmbio. Léo Natel veio, Caíque também. É um intercâmbio bacana para um garoto de Cotia vislumbrar a possibilidade de jogar no São Paulo. O Brenner, apesar de jovem, teve a chance. Ontem (terça), no treino, fez dois gols, foi bem. Ele é um (camisa) 9 que se movimenta e sai da área. Joga de falso 10. O Cueva estava um pouco cansado e a entrada dele foi consciente. Não tenho receio de trabalhar com jovens. Só quero que tenham o mesmo desejo que tenho: ter o sonho de jogar e vencer com o São Paulo”, concluiu o ex-goleiro.

O problema maior é o tempo para encaixar todas essas ideias. O São Paulo é apenas o 15º colocado na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, com apenas dez pontos em nove rodadas, e só tem um ponto a mais que o Sport Recife, o primeiro time dentro da zona de rebaixamento. Já são quatro jogos consecutivos sem sair de campo com os três pontos, um jejum que também persiste fora de casa. A resposta precisa ser rápida.

GE