O zagueiro Diego Lugano ganhou um aliado de peso por sua renovação de contrato: o técnico Rogério Ceni. O comandante do São Paulo quer que o vínculo do atleta com o clube seja estendido e esse fato novo pode mudar o rumo da situação do uruguaio.

“Acho que, independentemente do número de jogos que ele faça até dezembro, o clube sempre tem muito a ganhar com sua imagem, sua presença, e também em alguns jogos com sua atuação dentro de campo. Acho que seria uma coisa justa com o atleta”, afirmou Ceni.

O presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, não está convencido da importância do zagueiro. Acha que o salário de US$ 70 mil (cerca de R$ 230 mil) por mês é muito alto para um jogador que pouco atua. O próprio Ceni reconhece que tem escalado pouco o atleta.

“Eu tenho uma opinião formada sobre o Lugano. Acho ele um jogador importantíssimo para nós como liderança. Você vai me dizer: ‘Ah, mas então por que ele não vem jogando como titular?’ Isso é uma opção. Quando ele atuou esse ano, foi capitão do time”, explicou.

Mesmo sem ser titular, Lugano não perde um treinamento há um ano e meio. O São Paulo teve diversos jogadores se machucando neste período, muitas vezes o uruguaio foi preterido, mas em nenhum momento forçou a barra para atuar ou fez cara feia por isso.

O pedido de Ceni coloca pressão em cima de Leco, principal voz contra a renovação de Lugano. Anteriormente, o treinador havia elogiado o atleta, mas nunca tinha sido enfático pela permanência. “É um atleta merecedor disso, é um dos últimos campeões mundiais pelo São Paulo que nós temos em atividade, e provavelmente o último que jogue pelo clube até que apareça uma geração que ganhe esse título”, continuou Ceni.

O contrato de Lugano termina em 30 de junho, ou seja, em menos de três semanas. Até agora o presidente não chamou o atleta para conversar e ele não sabe onde estará na próxima temporada. Sua família está estabelecida em São Paulo, com filho indo na escola na metade do ano letivo, e tudo isso tem um peso para o jogador.

Em sua segunda passagem pelo São Paulo, Lugano retornou a pedido do próprio Leco. “Ele será uma peça importantíssima não só dentro das quatro linhas, já que sua experiência, caráter e dedicação também serão fundamentais para ajudar a formar um grupo vencedor e de muita fibra”, afirmou o dirigente na época.

Lugano estava no Cerro Porteño, era ídolo e capitão do time paraguaio, mas, quando fez seu contrato, colocou uma cláusula de que se chegasse qualquer proposta do São Paulo ele teria de ser liberado. Foi o que aconteceu. Agora, ele não sabe onde vai jogar daqui a três semanas.

Estadão