Dentro do toda a tristeza e indignação que estou com a situação do São Paulo, tentei apurar um pouco do que ocorre no clube. E infelizmente, é pior do que se imagina.

O que me chegou é que após as derrotas para  Cruzeiro e Corinthians, Ceni perdeu a confiança de grande parte do grupo. Tentou recuperar nos treinamentos mas seu jeito no dia a dia, a insistência no estilo que fracassou e a ausência de evolução deixou o clima ainda pior. O resultado foi visto contra o Defensa Y Justicia, um futebol vergonhoso e um  vexame.

Contra o Cruzeiro, um lampejo no 1o tempo mas a desatenção e a falta de tesão é clara.

Muitos dos jogadores não suportam mais Ceni e seu postura como comandante. Aquela crença na filosofia e metodologia, de quem acredita nele ou vê critérios lógicos, não existe mais. Os jogadores já não confiam no treinador, não acreditam no que ele diz e percebem o quanto está perdido. Os treinos não surtem o efeito dito e esperado, as orientações não resultam em produtividade real e ao fim, o time perdeu o coletivo.

No 2o tempo do jogo contra o Cruzeiro, entraram em campo sem saber o que ele queria exatamente. Teve jogador que não entendeu como funcionaria o 4-2-4 que ele queria utilizar no jogo. O time foi inofensivo e ainda  tomou um gol de desatenção. O pior é que o poder de reação, foi pífio, envergonharia até um bicho preguiça.

Sem confiança, Ceni mostra um ar soberbo e arrogante que está sufocando o ambiente dos jogadores e do clube. Como tem 100% de respaldo de Leco e Pinotti, qual é o resultado dessa equação?

A principal razão dos jogadores estarem sem ânimo e desestimulados é de que nenhum jogador consegue acreditar que foram eliminados de  3 das 4 competições do ano em tão pouco tempo. Vários já pensam na janela de transferências e mobilizam seus agentes. Só mesmo os recém chegados e os meninos da base estão com alguma motivação. A preparação física é algo que virou chacota interna e externamente gera revolta. Mas, Ceni preserva seus amigos e impediu uma troca que Leco após ser pressionado, quase agiu antes das eleições.

Breno, Neilton, Wellington já estão com um pé fora. Os garotos da base como Shaylon e Lucas Fernandes incomodados como são tratados e desdenhados. Cueva, Luiz Araújo, Gilberto, todos tiveram queda de rendimento e sem o mesmo ânimo de antes. Quem está no banco e só treinando, sem nenhuma perspectiva mesmo com Ceni reduzindo o grupo até porque, toda hora se fala em necessidade de  reforços.

O comentário geral é que é questão de tempo até Ceni pedir para sair e isso deixa os jogadores ainda mais desanimados e descrentes. Ainda há tempo de reverter e conseguir desenvolver bons resultados. Tempo de  treino, recuperação e oportunidade de trabalhar o grupo só com o Brasileiro pela frente é o que não falta. Esse é o maior desafio de Ceni hoje. E não será fácil.

Quando penso que o ano do sãopaulino será pior que foi 2016 e caminha a passos trágicos, é difícil até querer ler ou escrever notícias do clube. Quando vemos  que o Estatuto foi um engodo, que só usaram o momento e tudo continua igual ou pior, com um feudo de diretores que não são profissionais e as cadeiras continuaram as mesmas, é olhar o abismo de perto já perdendo o equilíbrio para a queda.

Sou longe de ser pessimista e hoje, só enxergo mesmo realidade que é muito, muito feia.

Sem o grupo ao lado, sem postura de líder e sem bagagem, ídolo ou não,  Ceni está perdido e não sabe o que fazer a esta altura.

Como Pinotti o bancará até o fim, apertemos os cintos que  2017 se mostra como um dos anos mais duros para o sãopaulino.

E ainda estamos em meados de Maio…

Deus ajude o São Paulo.

Alexandre Zanquetta