O São Paulo, no meu ver, não tem a “alma de campeão” que um time precisa. Não vejo isso no time, em alguns jogadores, sim, no time como um todo não. E isso é um problema para equipes vendedoras. Pode parecer um papo de livro de “auto-ajuda” e até é, uma vez que tenho a honra de conversar com o grande Roberto Shinyashiki constantemente, meu mestre e grande amigo, mas ele tem razão, aliás, constantemente ele é chamado para trazer essa alma de campeão a times de todos os esportes e até no ramo empresarial.

 

Não é de hoje que vemos o São Paulo tomar um gol e cair de produção, até parece que na primeira adversidade, o time deixa de lutar pois a guerra acabou. NÃO! O jogo tem 90 minutos e só acaba quando o juiz apita, ou quando o Palmeiras faz o gol da vitória! É preciso lutar em cada minuto do jogo, a cada bola, a cada lance. Não é dar carrinho na lateral para tirar a bola, isso é útil, mas é brigar sempre pela bola, ir em direção ao gol, tentar algo diferente. Hoje, o time toca de lado e não, como dizia Muricy Ramalho, agride o time adversário. Vamos deixar claro que essa “agressão” não é a violência, o São Paulo sempre foi contra a violência em campo. Na época de Telê por exemplo, jogador do São Paulo que fosse maldoso teria uma chance, depois, sumiria do time! Telê queria o futebol arte. Sempre!

 

Rogério Ceni, em campo, por muitos anos foi nosso líder. Foi um dos maiores goleiros do São Paulo, mas foi o jogador que mais amou a camisa do tricolor dentro de campo. Segundo meu amigo Sr. Homero Bellintani Filho, José Poy amou o São Paulo tanto quanto, mas Rogério não conseguia em campo passar essa paixão aos jogadores. Lugano, Aloisio, Leandro jogaram com amor, Aloisio e Leandro eram torcedores quando criança, realizaram sonho. Chicão, Dinho, Pintado, Ronaldão, nunca foram craques, mas eram corpo e alma em campo. Hoje, temos o Pratto, dá carrinho, tenta, corre. Lugano, em campo, é alma e coração, mas sua condição infelizmente não o permite ser titular absoluto. O resto, é mão na cintura, perde a ambição, mas não perde o foco do dinheiro na conta.

 

O que temos visto ultimamente é um time sem essa alma e dificilmente um time sem essa alma vencedora vai dar resultado. Dificuldades, temos todos os dias, já pensou se você fosse baixar a cabeça e largar tudo toda a vez que algo não deu certo na sua empresa? Eu, por exemplo, sou publicitário. Erro mais do que acerto, é a regra do jogo, já pensou se eu abrisse mão da minha empresa porque um cliente não bateu meta? Por que não ganhei uma concorrência? Melhor ficar em casa vendo TV. Falta essa alma ao tricolor, algo que é abundante em argentinos e uruguaios, não à toa, os exemplos de raça no São Paulo de hoje, vem desses países.

 

Ir ao estádio, pedir raça é nosso papel como torcedor. Devemos fazer isso. Devemos, nas Redes Sociais, sem agressões, cobrar os jogadores com mais raça e vontade, pois hoje, o que vemos é um São Paulo sem vontade, sem alma e sem um futuro. Sabemos que se o São Paulo toma um gol, vai ser difícil virar o jogo, sabemos que será complicado ganhar de um time grande no estádio deles, sabemos que o time entra com medo em mata-mata, isso ocorre há anos. Em 2017, o ano mal começou, tivemos 4 jogos eliminatórios, em 3 jogamos de forma medrosa e de novo, sem alma de campeão. Quando isso voltar, títulos virão.

 

*Felipe Morais. Publicitário, apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube. Sócio da FM Planejamento, Palestrante sobre marketing digital, comportamento de consumo e inovação. Coordenador do MBA de Marketing Digital e do MBA de Gestão Estratégica de E-commerce da Faculdade Impacta de Tecnologia. Autor dos livros Planejamento Estratégico Digital (Ed. Saraiva) e Ao Mestre com carinho, o São Paulo FC da era Telê (Ed Inova). Me siga facebook.com/plannerfelipe