Irmãos tricolores,

Diante de todo o exposto pela Operação Lava Jato e pelo escândalo da FIFA onde até mesmo o presidente foi destituído, nossa diretoria tem o dever de agir.

Ficou claro para todos que o Estádio do Morumbi, nossa “casa sacrossanta” foi retirado da Copa do Mundo por interesses  obscuros (vamos tratar com um pouco de eufemismo) da FIFA, do ex-presidente Luís Inácio Lulla da Silva, Odebrecht, CBF, Prefeitura , Governo do Estado e Corínthians.

Vamos aos fatos:

FIFA: designava as empresas que deveriam fazer os projetos, e todos os fornecedores que deveriam ser contratados na construção do estádio. Certamente havia algum tipo de comissão para tanto interesse.

Para a Federação Internacional  seria muito mais vantajoso a construção de um novo estádio do que a modernização de um antigo. Desta forma reprovou todos os projetos encaminhados pelo SPFC, solicitando cada vez mais obras e culminando com a inviabilidade econômica.

Lulla: De acordo com a delação premiada da Odebrecht, o Itaquerão foi um presente para o ex-presidente, que curiosamente, em um passe de mágica, apareceu logo após a eliminação do Estádio do Morumbi, o que nos faz crer que tudo isto já havia sido ajustado anteriormente.

Odebrecht: Para receber vantagens de obras estatais no Brasil e no exterior, aceitou  a construção do Estádio e assinou o contrato sem qualquer garantia do Corinthians  Que empresa no mundo faria isso?

Beneficiou-se ainda das artimanhas do Governo no caso do desvio da tubulação da Petrobras que passava por baixo do Estádio, da aprovação do financiamento por bancos estatais sem a garantia necessária, dos  famosos CIDS do Sr Kassab, que até hoje são contestados pelo Ministério, Público, etc.

CBF: O São Paulo Futebol Clube sempre teve uma postura independente em relação à CBF, mas após o Tricampeonato brasileiro, eu diria que o nosso falecido presidente, Juvenal Juvêncio, foi no mínimo, infantil, “batendo de frente” com uma “raposa felpuda” experiente como Ricardo Teixeira.  Neste momento o projeto Morumbi ruiu.

Prefeitura e Governo do Estado: Desde o anúncio de que o Brasil seria sede da Copa do Mundo, nossos governantes sempre propagaram que não haveria um centavo de dinheiro público e não foi isso o que aconteceu!

A Prefeitura concedeu ao Corínthians terreno público que já deveria ter sido devolvido à Administração por falta de cumprimento de diversos deveres. A construção do estádio já deveria ter sido realizada décadas atrás, assim como benfeitorias.

Não bastasse a doação, nosso ex-prefeito  possibilitou à Odebrecht a viabilização de certificados, os famosos CIDS que vendidos no mercado poderiam ajudar a empreitada em cerca de 400 milhões de Reais.

Já o nosso querido governador, ajudou o Corinthians  na aquisição das arquibancadas móveis entre outras benesses.

O mais vergonhoso disso tudo é que o lema do Estado de São Paulo é NON DUCOR DUCO, o que significa, não sou conduzido, conduzo!

Se nossos governantes fossem firmes e peitassem esta ação da FIFA/CBF, a população não teria gasto um centavo e o Morumbi seria aceito.

Não haveria Copa sem São Paulo, seria um retumbante fracasso! Governador e Prefeito não tiveram coragem de pagar para ver!

Corinthians: no seu papel de prejudicar o co-irmão como sempre.

Na primeira oportunidade de construir o seu estádio, o Sr Andres Sanches, não se preocupou nem ao menos em fazer contas de padeiro para verificar que toda aquela ostentação sairia por mais de 1 Bilhão. Quando ele alegava que seria 450 milhões, eu já havia escrito uma coluna neste blog de que não sairia por menos de 1 bilhão. Hoje, as estimativas com juros estão na casa de 1,5 Bilhão de Reais.

Portanto, o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, por manobras ilícitas, e interesses que certamente não são os da população de São Paulo, foi excluído da Copa do Mundo.

Alguns vão dizer: “Foi ótimo. Assim não ficamos mais endividados!”

Não! Isso nos custou muito!

A começar pela linha Amarela e a linha Ouro do Metropolitano.

Se estas linhas fossem entregues conforme o plano estratégico de transportes para a Copa do Mundo, teríamos uma estação em frente ao estádio, o que no mínimo agregaria um público da ordem de 30% a mais em cada jogo, refletindo nos cofres do clube.

Haveria também o estacionamento! Quanto isso poderia agregar de público? Jamais iremos saber….

O estádio receberia a tão aguardada cobertura, e isso daria mais conforto à torcida e certamente aumento de arrecadação.

É claro que tudo isto teria um custo, mas não seria absurdo se o projeto inicial fosse aceito e as empreiteiras brigariam para tocá-lo tendo em vista a visibilidade e a região.

Todo este cenário seria excelente, porém, o que nos restou de toda esta celeuma foram pagamentos milionários para projetos que jamais seriam executados  e a queda vertiginosa de uma das nossas principais rendas que sempre foram os Shows para o Allianz Parque, que aproveitou-se da questão da modernidade para deixar o Morumbi para trás.

Se tivéssemos a estação São Paulo-Morumbi da linha amarela, a Estação Estádio do Morumbi da linha Ouro, estacionamento e cobertura, com uma capacidade muito maior de público, o Morumbi continuaria soberano também nos shows e  não perderíamos este tipo de renda para o rival.

Bem, colocados todos estes pontos, de acordo com as provas produzidas pela justiça, e também pelo caso FIFA, caberia ao nosso querido Leco, ingressar com ações na Justiça mensurando tudo o que o São Paulo Futebol Clube gastou nesta empreitada e tudo o que deixou de ganhar, inclusive com as finanças fragilizadas, pois é público e notório que tudo não passou de artimanha para construir outro estádio na cidade.

Comprovada a ilegalidade de todos estes atos, o São Paulo Futebol  Clube, maior prejudicado, tem que fazer valer seus direitos!

Quem ganhou com toda esta operação tem que nos ressarcir! Seja m partidos, governantes, Odebrecht, ou seja lá quem for!

Eduardo Ribeiro