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E aí, pessoal, tudo certo?

Quero compartilhar uma experiência que tive por estes dias: Fiz o Tour no Morumbi!

Vou tentar fazer o impossível: Traduzir em palavras a emoção.

Uma visita inesperada em São Paulo, sem nada pra fazer durante 6 horas na capital, cidade que desconheço completamente e facilmente pude realizar um dos meus sonhos de vida: Conhecer o Morumbi.

Nunca tinha ido. Vale muito a pena. O valor é R$ 40, para estudantes, crianças de 6 a 12 anos e pessoas com mais de 60 anos, o valor cai para R$ 20. Crianças abaixo de 6 anos acompanhadas de um adulto não pagam a entrada. Sócio Torcedor paga R$ 25.

O site com todas as informações você acessa aqui: http://morumbitour.com.br/

Em uma rápida pesquisa na internet, com a ajuda de vários amigos que fiz aqui, não foi difícil o agendamento. Liguei no telefone (11 3739-5222). Em menos de 5 minutos já tinha agendado minha visita. Também é possível pelo Whattsapp (11) 99939-9473.

São Paulo, para quem mora fora e pouco conhece, assim como eu, é um monstro. Tudo é exageradamente grande, imponente. Uma cidade maior que muito país por aí. Talvez foi minha primeira vez que não tive apenas que passar ou tinha um compromisso na cidade. Um dia livre em São Paulo pode ser mais comum a quem é de fora do que da própria cidade. Então aproveitei.

Com a companhia de um dos muitos amigos que fiz aqui no blog, o pvheisenberg e sua esposa, iniciamos as 14h o tour no Morumbi.

 

O Tour se inicia com um funcionário contando todas as histórias, interagindo muito bem com o visitante, apresentando os camarotes primeiramente. Vimos de fora o camarote onde o grande comentarista Neto faz o que ele próprio chama de programa. Revoltante. Ainda bem que a magia do Morumbi torna essa questão, pelo menos naquele momento, irrelevante.

O primeiro lugar que pudemos conhecer foi a sala de troféus. Dois andares lotados de réplicas e alguns originais, cheios de história. Troféus de todos os tamanhos e tipos fazem recordar a nunca esquecida grandeza deste clube.

Vista da sala de troféus:

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Flâmulas de adversários exposta na entrada da sala de troféus:

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Todos os jogadores/técnico que eram atletas do São Paulo, servindo a seleção brasileira em copas do Mundo em que o Brasil se sagrou campeão mundial:

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Obs: todas as copas do mundo que o Brasil ganhou, havia pelo menos um atleta do São Paulo Futebol Clube. Em 2014, não tivemos nenhum jogador do São Paulo convocado, o que resultou no 7×1 contra a Alemanha.

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Tri da Libertadores. Tri mundial. Quem tem?

Detalhe: O troféu de 2005 (o primeiro à direita da foto) é original, o que foi levantado no Japão, um dos poucos devido a entrega apenas de uma réplica na maioria das competições.

Passado os troféus, pudemos conhecer como é o Morumbi vivenciado pelos jogadores: Vestiário, sala de coletiva de imprensa, lounge onde os jornalistas esperam a coletiva começar e tivemos a oportunidade de tentar acertar o ângulo. Minhas habilidades quase trouxeram um prejuízo financeiro ao São Paulo. Por pouco, muito pouco, não acerto o vidro da porta, que é grudadinha com o gol, como vocês podem ver na foto:

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Altar, do lado oposto ao gol, onde jogadores costumam fazer as orações antes de entrarem no campo.

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Vestiário, com foto personalizada e frase motivadora para cada jogador:20170425_152147[1]20170425_152219[1]

Vista do gramado, ao entrar no campo

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Corredor que liga o vestiário ao campo:20170425_152131[1]20170425_152124[1]

Também fiz um vídeo que o São Paulo proporciona uma experiência única: Entrar por este corredor aí em cima, com a música e o clima da torcida que os jogadores sentem antes de entrar em campo.

O vídeo? Nem pensar! À essa emoção, reservo a dignidade de tornar pessoal, convocando-os para senti-la na pele. Não há porque estragar a emoção de sentir esse clima apenas com um vídeo.

Não sou uma pessoa que se emociona fácil, mas não consegui segurar as lágrimas ao entrar no campo. Não dá!

Para um torcedor comum como eu, morador do interior, que sempre fui fanático por futebol, que o sonho de infância sempre foi ser jogador e não fui agraciado por Deus com o dom do futebol, poder entrar por este corredor, sentir a vibração da torcida, no estádio do time que amo, sinceramente, não há como não se emocionar.

Passa um filme na sua cabeça durante a visita. Suas partidas memoráveis, as loucuras que você fez para acompanhar o tricolor, mesmo que de longe, os títulos, as quedas, enfim, sua vida e tudo o que você dedica ou abriu mão por este clube, tudo passa em flashes, enquanto os olhos acompanham, perplexos, a pujança que exibe esse gigante de concreto e emoção.

Vale cada momento.

Vale cada passo.

Saí de lá atordoado, parecia um menino vivendo algum sonho bom de criança pela primeira vez.

E falando em sonhos…

Não consigo, hoje refletindo melhor, entender como um sonho de infância de uma criança se realiza para algumas pessoas, a criança cresce vira um jogador de futebol, tem a chance de desfrutar dessa estrutura e amor dessa torcida, ganhando salários inimagináveis e não se dedicar integralmente.

Depois do Tour e até agora, ainda não consigo assimilar o que faz um menino que teve o sonho realizado, tratar com desdém um clube que o acolhe, paga em dia, oferece essa estrutura como o Morumbi. Há jogadores que não mereciam ter o dom de jogar um bom futebol e se profissionalizar.

Mas, como bem disse minha esposa ao dividir com ela esse sentimento, disse ela, na imensa falta de conhecimento de futebol que ela tem: Não entendo o que as pessoas sentem por futebol, é só uma profissão, como qualquer outra, como a minha, como a sua. Você não pode esperar que um profissional tenha a paixão que um torcedor tem. Lá é o local de trabalho dele.

Talvez seja esse o ponto que muitas vezes me faz desacreditar do futebol. A falta de paixão do atleta. A falta de comprometimento. A falta de vontade de brigar pela vitória.

Talvez eu esteja ainda sob forte emoção. Não sei ao certo.

Talvez eu apenas queira que o sonho de jogar futebol de todo menino crescesse junto com a fama, que o dinheiro nunca deixasse esconder o que a realização de um sonho trás para alguém.

Acho que estou sonhando demais.

Muito provavelmente estou errado em minhas convicções. Faz parte.

Por um dia, vivi o São Paulo como deve ser vivido na grande parte do tempo. Relembrando glórias, se emocionando por pequenas coisas, sonhando em dias melhores, esperando novas conquistas e renovando a minha esperança, que estava muito abalada devido as recentes eliminações.

Resumindo, vá! Não deixe de ir, em hipótese alguma. Pelo menos uma vez na vida.

Só leve um lenço e treine cobranças de falta em casa para evitar um chute indesejado em algum vidro do vestiário. Esses vidros não tem cara de serem baratos.